Rio de Janeiro, 03 de Outubro de 2024

Gilmar Mendes tenta forçar que indígenas negociem com ruralistas

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Quarta, 02 de Outubro de 2024 às 20:28, por: CdB

No último 28 de agosto a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), principal área representativa do movimento indígena no país, se retirou da chamada “comissão especial” do STF, denunciando que a tentativa de “conciliação forçada” é mais uma “violência do Estado brasileiro”.

Por Redação – de Brasília

Em decisão monocrática publicada nesta terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) indique cinco líderes indígenas para compor a comissão de conciliação criada por ele para debater a tese ruralista do marco temporal.  

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O STF decidiu que, após o marco temporal da promulgação da Constituição, a demarcação de terras indígenas depende de desapropriação

No último 28 de agosto a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), principal área representativa do movimento indígena no país, se retirou da chamada “comissão especial” do STF, denunciando que a tentativa de “conciliação forçada” é mais uma “violência do Estado brasileiro”.    

A organização indígena argumenta que o espaço, composto por instituições ruralistas e parlamentares da ultradireita tais como a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), é “uma farsa”, um “ataque à vida dos povos indígenas” e visa colocar em negociação direitos fundamentais. 

Na atual decisão, Mendes afirma que o “esforço voltado à autocomposição” da comissão “não parece ter sido a tônica de alguns representantes indicados”, que estariam “atuando estritamente sob o ângulo político, unicamente voltados à divulgação em redes sociais e em desrespeito à condução dos trabalhos”.

 

Indicação

O ministro do STF diz, ainda, que a Apib e os demais representantes indígenas se retiraram da mesa de negociações “atuando conforme lhes convêm”. Assim, Mendes determina que o MPI, comandado pela ministra Sônia Guajajara, indique um representante indígena de cada uma das cinco regiões do país para compor a comissão.  

— É uma decisão extremamente grave — resume o líder indígena Dinamam Tuxá, da coordenação executiva da Apib.

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