A fala foi acompanhada pela brigada do MST no país e por uma delegação do movimento que acompanhou a consulta popular das comunas. O presidente agradeceu o presente e deu as boas-vindas aos militantes.

"A esquerda, fruto daquela derrota histórica da União Soviética, das ideias socialistas, ela refluiu. E a esquerda cometeu um erro fundamental: em todo o Ocidente priorizou a via eleitoral", afirmou Stédile.

Para a convidada Marina Slhessarenko Barreto, cientista política e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), "a extrema direita perdeu no ano passado, mas está tentando emplacar suas pautas no Congresso Nacional. Fazer exatamente esse circo, como João Pedro falou, é uma estratégia que engaja muito a base”. 

Por Alex Pegna Hercog - O leitor que não acompanhou a CPI pode até interpretar como uma ameaça feita pelo líder do MST, quando na verdade Stedile explicou que esse fim previsto seria consequência dos próprios atos do setor do agronegócio que, segundo ele, visam ao “lucro fácil” e imediato.

Inicialmente, a CPI, formada pela extrema direita com ruralistas, madeireiros e negacionistas, sempre buscou criminalizar a luta pela reforma agrária. Contudo, esta sanha foi perdendo força e o circo criado por apoiadores do ex-presidente inelegível, Jair Bolsonaro (PL), arrefeceu.

Para Stedile, a burguesia já não tem mais interesse em Bolsonaro e poderá ‘rifá-lo’, restando apenas saber se após perder os direitos políticos, ele será preso ou não. 

O questionamento é do economista João Pedro Stédile, um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao analisar a atuação de militares em altos cargos do Governo Federal, nos últimos quatro anos.