O objetivo de Ramagem, segundo a PF, seria a utilização dos dispositivos de captação de imagens aéreas em operações de vigilância nas superintendências, sem especificar seus limites.

As provas conseguidas até agora indicam que documentos e dossiês produzidos pela chamada ‘Abin paralela’ eram impressos e entregues diretamente ao Palácio do Planalto durante o período da presidência de Bolsonaro.

Lira também colocou em pauta a ação policial que vasculhou os gabinetes dos deputados Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição, investigado por ligação com os atos golpistas de 8 de janeiro e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

A Polícia Federal (PF) apura o envolvimento de altos funcionários da Abin, designados já durante a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na obstrução de investigações sobre atividades de monitoramento ilegal conduzidas por Ramagem.

No Supremo, Bolsonaro é alvo de suspeitas no inquérito das milícias digitais;

Os documentos, segundo informações vazadas para a mídia conservadora, teriam como objetivo ajudar o parlamentar a se defender das investigações no inquérito sobre o caso Fabrício Queiroz.

A solenidade estava prevista na agenda do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para as 15h e incluiria também a posse de Alexandre Ramagem. Durante a manhã, no entanto, Moraes concedeu provimento ao mandado de segurança contra a nomeação do atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência, que volta ao cargo, por decisão do presidente.

O ministro alegou que a liminar se justifica pelo prejuízo que poderia ser causado pela demora em uma decisão, já que a posse de Ramagem estava marcada para a tarde desta quarta-feira. Moraes antecipou-se ao risco de um possível comprometimento do delegado.

As nomeações foram publicadas nesta terça-feira no Diário Oficial da União (D.O.U), que também trouxe a substituição de Mendonça na Advocacia-Geral da União. O posto será agora ocupado pelo até então procurador-geral da Fazenda, José Levi Mello do Amaral.