Após ação da PF contra Ramagem, bolsonaristas perdem o sono

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Publicado Quinta, 25 de Janeiro de 2024 às 18:07, por: CdB

No Supremo, Bolsonaro é alvo de suspeitas no inquérito das milícias digitais.


Por Redação - de Brasília

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta quinta-feira, em decisão publicada em Diário Oficial da Justiça (D.O.J), o compartilhamento de provas com a Controladoria-Geral da União (CGU) de investigações que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro, apoiadores e ex-ministros do seu governo.

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Bolsonaro está implicado em uma rumorosa investigação sobre sua participação na tentativa de golpe


Em pedido da própria CGU, assinado pelo ministro Vinicius de Carvalho, o magistrado sustenta que o compartilhamento dos dados seria “fundamental” para a “adoção das providências cabíveis para a responsabilização administrativa de eventuais agentes públicos federais envolvidos”. Moraes, então, autorizou o compartilhamento de informações sobre os inquéritos.

No Supremo, Bolsonaro é alvo de suspeitas no inquérito das milícias digitais;

sobre vazamento de investigação sigilosa da Polícia Federal (PF); de ser um dos autores intelectuais do 8 de janeiro; no inquérito das fake news; na

apuração sobre interferência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022 e nas investigações sobre adulteração de cartões de vacina.

 

Pedido


O mandatário neofascista é investigado, ainda, sobre entrada de joias doadas pela Arábia Saudita no Brasil e a venda de presentes oficiais; além do uso indevido de ‘software espião’ da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

“Sobre o compartilhamento de provas, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de inexistir óbice à partilha de elementos informativos colhidos no âmbito de inquérito penal para fins de instrução de outro procedimento contra o mesmo investigado”, escreveu Moraes, no despacho.

O pedido da CGU foi atendido em parte. Não serão repassados dados que possam interferir nas diligências ainda pendentes. Além disso, Moraes rejeitou fornecer o acesso a uma delação premiada porque o compartilhamento, argumentou o ministro, “se revelaria absolutamente prematuro, em razão da pendência de finalização das diversas diligências determinadas”.

O ministro ainda determinou que a CGU mantenha o sigilo das investigações e “somente poderá compartilhá-las mediante prévia autorização desse juízo”.

 

Próximo da fila


Ainda nesta manhã, a operação da Polícia Federal (PF) ‘Vigilância Aproximada’ que tem Ramagem como alvo principal, tem gerado apreensão entre os bolsonaristas. Aqueles mais renitentes têm perdido o sono ao prever que o general Augusto Heleno seja o próximo da fila a ser investigado pela PF. Heleno comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro e a Abin era subordinada ao general aposentado.

A operação apura o suposto uso ilegal da ferramenta de espionagem FirstMile pela Abin durante o governo Bolsonaro. Os policiais federais buscam provas de que, sob o comando de Ramagem, muito próximo à família Bolsonaro, a agência tenha utilizado o software para monitorar ilegalmente autoridades e cidadãos.

O esquema de espionagem ilegal da Abin, segundo os inquéritos em andamento, visava entre outros objetivos municiar de informações o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan Bolsonaro, ambos filhos de Jair Bolsonaro (PL), com a produção de provas que favoreceram os irmãos Bolsonaro em processos judiciais.

 

Outro lado


Em entrevista à mídia conservadora, Flávio Bolsonaro negou nesta tarde as informações e disse ser mentira que a Abin o tenha favorecido de alguma forma, “em qualquer situação, durante todos os meus 42 anos de vida”.

“Isto é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro. A minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela mídia”, concluiu.

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