Rio de Janeiro, 03 de Outubro de 2024

Pesquisa: estratégia de Comunicação do governo Lula se revela ineficaz

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Segunda, 09 de Outubro de 2023 às 19:32, por: CdB

Pesquisa da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República vazada para a mídia conservadora, nesta segunda-feira, comprova a realidade. Os números desenham um cenário, no mínimo, de inflexão para o governo.


Por Redação - de Brasília

Após a vitória nas urnas, em outubro passado, o primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda patina no divisionismo que lhe garantiu apenas uma pequena margem de votos a mais contra o adversário, Jair Bolsonaro (PL), em um país devastado pelas ondas de notícias falsas e atos extremados da ultradireita, que inflamaram os ânimos dos eleitores. O antídoto contra o discurso golpista, que seria a política de Comunicação Social do governo, no entanto, não atingiu os níveis mínimos para dissuadir as tensões entre ambos os lados.

‘Péssima’


Pesquisa da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República vazada para a mídia conservadora, nesta segunda-feira, comprova a realidade. Os números desenham um cenário, no mínimo, de inflexão para o governo. O último levantamento, realizado há uma semana pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), empresa da FSB Holding, contratada pelas últimas administrações, entre elas os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) – revela que a distância entre a avaliação “ótimo e bom” no terceiro mandato Lula e a soma da percepção de que a gestão é “ruim ou péssima” caiu de 15 pontos percentuais na primeira semana de agosto para apenas 8 pontos percentuais agora, início de outubro.

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O ministro Paulo Pimenta (Secom) tem avaliado o desempenho da máquina pública, por meio de pesquisas sobre o prestígio do presidente Lula


Em 60 dias, portanto, segundo a mesma empresa que trabalha sob contrato renovado pela Secom, a percepção de que o governo é “ótimo ou bom” saiu de 40% (agosto) para 37% e quem avalia a administração federal como “ruim ou péssima” saltou de 25% para 29%. Os que veem o momento governamental como “regular” somam 31%.

Não passou despercebido pela Opinião Pública brasileira a proximidade do atual governo de seus detratores, principalmente na mídia conservadora, que reúne o cartel dos grande grupos de comunicação, a exemplo das Organizações Globo. Ao mesmo tempo em que concentram as ações de propaganda da gestão petista, lideram as análises negativas contra o Planalto e chegam a veicular notícias falsas, a exemplo do diário conservador paulistano O Estado de São Paulo.

Mídia nacional


Com isso, o percentual de “decepcionados” com a volta de Lula ao Planalto cresceu e é o maior desde maio desse ano. Para 37% dos 2.108 entrevistados telefonicamente entre 3 e 4 de outubro, com balanceamento de equilibrado do ponto de vista estatístico, regional, etário, de escolaridade e de sexo, raça e religião compatíveis com os dados do último censo do IBGE, o Governo é “pior do que esperado”.

O percentual era de 30% em agosto. Em contrapartida, 35% dizem que a terceira gestão Lula é “melhor do que o esperado”. Esse percentual, contudo, era de 41% em agosto. Um quarto da população, 25%, diz estar vendo um desempenho “igual ao esperado” na administração federal – entre esses regulares, 38% dizem estar “surpreendido” e 33% “decepcionados”. A maior parte dos entrevistados, nestes dois últimos campos, foi fundamental para a vitória de Lula e a derrota de Bolsonaro, candidato apoiado exatamente pela porção conservadora da mídia nacional.

Quando perguntados sobre os rumos que o país está tomando a partir das decisões do governo, aqueles que apontavam um caminho certo para a melhora eram 55% em agosto e somam 50% em outubro. Quem via com pessimismo e negatividade os rumos do Brasil a partir de ações de governo saltou de 33% para 40%. De acordo com a pesquisa, boa parte da população tem a percepção de que a economia nacional ainda enfrenta dificuldades e que o custo de vida segue alto.

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