Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 2024

Longo depoimento de Cid à PF levanta hipótese de delação premiada

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Terça, 29 de Agosto de 2023 às 19:03, por: CdB

Na sexta-feira, Cid também esteve por duas horas na sede da PF em Brasília, mas teve de retornar na segunda-feira, sob a alegação de que, por falhas técnicas, os investigadores não puderam fazer o registro formal das declarações da primeira oitiva.


Por Redação - de Brasília

Ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid teria resolvido colaborar com as investigações da Polícia Federal (PF) que incluem o ex-mandatário neofascista e integrantes da família em crimes internacionais. Cid teria confessado à PF, na véspera, o suficiente para fechar um acordo de delação premiada. O depoimento durou cerca de 10 horas.

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Bolsonaro e Mauro Cid desenvolveram uma relação de amizade, ao longo do mandato


Na sexta-feira, Cid também esteve por duas horas na sede da PF em Brasília, mas teve de retornar na segunda-feira, sob a alegação de que, por falhas técnicas, os investigadores não puderam fazer o registro formal das declarações da primeira oitiva. A justificativa de falhas técnicas, no entanto, teria sido apenas uma estratégia para que o depoimento pudesse seguir adiante, segundo apurou a mídia conservadora.

Militares ligados à alta cúpula das Forças Armadas, ainda segundo as apurações, comemoram o fato de Cid estar colaborando com a PF. “Segundo esses militares, essa seria a única opção para começar a ‘cicatrizar a ferida aberta’ durante o governo Bolsonaro que tanto desgastou as Forças Armadas”, afirma o jornalista Valdo Cruz, em seu blog.

Desconfiança


“De acordo com a cúpula do Ministério da Defesa e do Comando do Exército, as Forças Armadas ‘estão sangrando em praça pública’ e, para que a crise criada pelo ex-presidente Bolsonaro seja superada, o ideal é que Mauro Cid tenha delatado os militares envolvidos em irregularidades e atos golpistas”, acrescentou.

Um alto funcionário do Ministério da Defesa observou ainda que, embora haja um clamor por punições direcionadas aos militares, é essencial que se conheçam os nomes daqueles envolvidos para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa julgá-los de acordo com a lei.

— Através de uma eventual delação de Mauro Cid, a desconfiança que paira sobre nós será dissipada, as partes envolvidas serão identificadas claramente e o STF poderá tomar as medidas necessárias — concluiu.

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