Congresso retoma ano legislativo, com pontas soltas no Planalto

Arquivado em:
Publicado Segunda, 05 de Fevereiro de 2024 às 19:26, por: CdB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu à cerimônia, mas encaminhou mensagem presidencial ao Parlamento. O documento encaminhado ao Legislativo todos os anos foi entregue pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.


Por Redação - de Brasília

O Congresso está de volta ao trabalho, nesta segunda-feira, após solenidade de abertura do ano legislativo, no Plenário da Câmara. A sessão reuniu autoridades da República, entre elas os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e ministros de Estado.

congresso.jpg
O Congresso abriga, hoje, um contingente de parlamentares com pior credibilidade pública, segundo pesquisa


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu à cerimônia, mas encaminhou mensagem presidencial ao Parlamento. O documento encaminhado ao Legislativo todos os anos foi entregue pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Na carta aos parlamentares, Lula exalta o diálogo entre os Três Poderes e diz do seu desejo para que se aprofunde, nesta legislatura.

Lula, na realidade, tem buscado caminhos para atenuar o ambiente tenso no Congresso, mas sem ceder às pressões da extrema direita. Entre elas, a substituição do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, praticamente exigida pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PL-AL), que ameaça segurar iniciativas de interesse do Palácio do Planalto enquanto o governo não mudar o seu articulador político.

 

Prioridades


O Congresso voltou das férias, nesta segunda-feira, ainda com os ecos dos escândalos que revelaram um esquema ilegal de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); além do envolvimento de parlamentares bolsonaristas na arapongagem.

Para evitar nova exposição do ministro Padilha, Lula determinou que o representante da Casa Civil, ministro Rui Costa, entregasse a mensagem presidencial, como forma de ampliar a visibilidade a Costa e tirar Padilha do cenário. O ambiente anda tão tenso entre Lira e Padilha que eles nem se falam mais.

Padilha esteve presente na sessão solene e agiu com naturalidade, como se nada tivesse acontecido, mas, ao menos por enquanto, não tentará abrir um novo diálogo com o presidente da Câmara. Para deixar registrada a sua insatisfação com o Palácio do Planalto, há algumas semanas, Lira faltou à sessão de abertura do ano judiciário, à posse do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e ao ato Democracia Inabalada, que marcou um ano da tentativa de golpe no aís, em 8 de janeiro.

 

Nísia Trindade


Os articuladores políticos do governo avaliam que Lira, líder do chamado ‘Centrão’, nunca está satisfeito com as ações do governo. Agora, na lista das cobranças consta a demora para a liberação dos recursos de emendas parlamentares por parte do Ministério da Saúde. Lira culpa Padilha, padrinho da titular da Saúde, Nísia Trindade, por bloquear as verbas. Além disso, o ‘Centrão’ nunca desistiu de tentar a demissão de Trindade.

Interlocutores têm dito que Lula quer, doravante, que as conversas com Lira sejam encaminhadas por Rui Costa. Assim, Padilha ficaria, ao menos por enquanto, com o “varejo” das tratativas com os líderes dos partidos. Mas o presidente e o deputado também devem se reunir ainda neste mês para discutir a situação entre os dois Poderes.

No Senado, os articuladores do presidente têm se aproximado de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nome que pretende apoiar na disputa para o governo de Minas, em 2026. Sem quebrar a tradição, nesta tarde, o presidente do Senado foi o primeiro a chegar. Ele subiu a rampa, passou em revista à tropa e assistiu à uma salva de tiros de canhão. Em seguida, o hino nacional foi tocado e as bandeiras do Brasil e do Mercosul, hasteadas.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo