Com medo de golpe, Fux chama presidente do Congresso e general às falas

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Publicado Quarta, 04 de Maio de 2022 às 13:03, por: CdB

“Durante o encontro, o ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”, divulgou o Supremo em nota.

Por Redação - de Brasília
Diante novas ameaças à democracia brasileira, nos pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro (PL), representantes dos outros Poderes se movimentaram para tentar amenizar o ambiente político. Na abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, o presidente da Casa, ministro Luiz Fux, relatou aos pares as conversas mantidas com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pela manhã, e com o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na véspera.
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Presidente do STF, ministro Luiz Fux disse na abertura dos trabalhos no Judiciário que a Corte estará alerta na defesa da democracia
“Durante o encontro, o ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”, divulgou o Supremo em nota. “Por sua vez, o presidente do STF ressaltou que a Suprema Corte brasileira preza pela harmonia entre os Poderes e pelo respeito entre as instituições”, acrescentou. Segundo a Corte, a reunião foi solicitada pelo militar, sem detalhar exatamente o motivo para tanto.

Urnas confiáveis

Já Rodrigo Pacheco refutou ameaças contra a democracia ou o processo eleitoral de outubro. — A conclusão (do encontro) é de que o diálogo é fundamental, que nós precisamos alinhar os poderes, que nós temos uma obrigação comum de enfrentar arroubos antidemocráticos, temos que preservar a democracia, preservar o Estado de direito e garantir que as eleições aconteçam no Brasil dentro da normalidade, que é o que a sociedade espera — declarou à saída. Pacheco também defendeu o sistema eleitoral. — Nós temos um mecanismo eficiente de coleta de votos do processo eleitoral através das urnas eletrônicas, que eu insisto em dizer, que são confiáveis, e o Tribunal Superior Eleitoral tem trabalhado muito pra conferir essa transparência, inclusive com sujeitos da sociedade e dos próprios poderes — acrescentou.

Proporção

Pacheco já havia classificado os atos pró-Bolsonaro que defenderam intervenção militar e fechamento do Supremo, no último domingo, de "anomalias graves" e "manifestações ilegítimas e antidemocráticas", como publicou a Agência Senado. — O que nós não podemos é permitir que o acirramento eleitoral, que é natural do processo eleitoral e das eleições, possa descambar para aquilo que eu reputei como anomalias graves e se permitir falar sobre intervenção militar, sobre atos institucionais, sobre frustração de eleições, sobre fechamento do Supremo Tribunal Federal, essas são anomalias graves que precisam ser contidas, rebatidas com a mesma proporção a cada instante porque todos nós, todas as instituições têm obrigações com a democracia, com o Estado de direito, com a Constituição — concluiu Pacheco.
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