Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Chantagem a ministro do STF é investigada a mando de Dias Toffoli

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Sexta, 22 de Fevereiro de 2019 às 12:33, por: CdB

Sem citar o nome, Mendes afirmou a jornalistas, nesta sexta-feira, que ao menos um ministro do STF é alvo de chantagens por uma das operações judiciais em curso no país.

 
Por Redação - de Brasília
  O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), denunciou a existência de um processo de chantagem contra integrantes da mais alta corte de Justiça do país. A denúncia levou o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, a abrir um inquérito, conduzido pela Polícia Federal (PF), para apurar o caso.
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Gilmar Mendes e Sérgio Moro se estranharam durante debate no Senado
Sem citar o nome, Mendes afirmou a jornalistas, nesta sexta-feira, que ao menos um ministro do STF é alvo de chantagens por uma das operações judiciais em curso no país. Mendes também não revelou qual seria esta operação, mas deu indicações de que trataria da Lava Jato. — A toda hora plantavam e plantaram que esse ministro estava delatado. Qual a intenção? Isso é uma forma de atemorizar, porque essa gente perdeu o limite. Este ministro ficou refém deles — afirmou Gilmar Mendes, a jornalistas.

Dodge

O ministro também adicionou outras graves acusações ao inquérito agora em andamento. Segundo afirmou Gilmar Mendes, auditores da Receita Federal praticariam "pistolagem" para outras instituições. Ele denunciou, ainda, que procuradores da Lava Jato — e citou, nominalmente, o promotor Deltan Dallagnol — que, segundo o ministro, estariam intimidando a procuradora-Geral de Justiça (PGR), Raquel Dodge, no processo que ele denominou de “institucionalização de milícias”. Gilmar Mendes, por sua vez, é alvo da Operação Calicute, da PF. Ele e a mulher, Guiomar, se dizem perseguidos por auditores da Receita. A justificativa do Fisco para devassar as contas do ministro seria uma “análise de interesse fiscal” sobre possíveis fraudes de “corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência”, segundo os autos.

Receita

Dirigentes da Receita Federal vazaram para a mídia conservadora uma parte do Imposto de Renda de ambos e de outras 18 pessoas, entre parentes e conhecidos. Todos foram listadas como potenciais investigados no caso. — Coisa como isso aqui, para começar a venda de informações, para virar uma milícia, é um passo. Tenho certeza de que já há muitos empresários sendo achacados por fiscais que tocam investigações, que não se sabe por que nem para quê — afirmou o ministro. Ao tomar conhecimento das denúncias, no final da manhã, o presidente do STF determinou que a (PGR) investigue a suposta perseguição contra o Gilmar Mendes por parte de fiscais da Receita Federal e do Ministério Público do Paraná. No ofício enviado a Raquel Dodge, o ministro Toffoli pede que sejam adotadas as "providências cabíveis" para apurar a responsabilidade sobre as denúncias feitas por Gilmar Mendes, que reforçou, junto ao presidente da Corte, que houvesse uma investigação sobre o caso.
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