Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Caso Moro: periculosidade dos réus leva juiz a reforçar segurança

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Quinta, 30 de Março de 2023 às 12:47, por: CdB

Tacla Duran apresentou, ainda, áudios e imagens que comprovariam o esquema montado por advogados que atuariam em conluio com os dois antigos comandantes da “República de Curitiba”.


Por Redação - de Curitiba

Juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio requisitou nesta quinta-feira reforço na sua segurança pessoal. O juiz afirma sofrer uma “onda de ameaças pessoais”. No início da semana, Appio colheu o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, que disse ser vítima de “extorsão” e “perseguição” por integrantes da ‘Operação Lava Jato’, entre eles, o ex-juiz, ex-ministro e agora senador Sergio Moro (União Brasil-PR); além do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

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Titular da 13ª Vara Federal, o juiz Appio encaminhou o processo de Moro ao STF


Tacla Duran apresentou, ainda, áudios e imagens que comprovariam o esquema montado por advogados que atuariam em conluio com os dois antigos comandantes da “República de Curitiba”.

“Sinto-me ameaçado pelas declarações dos envolvidos, os quais têm grande poder político e econômico”, escreveu o magistrado, sem citar nomes, ao pedir reforça em sua segurança. Appio requisitou um carro blindado e uma pistola, além de “apoio tático” da Polícia Federal (PF) no controle ao acesso do prédio onde trabalha.

‘Extorsão’

Ainda na segunda-feira, o juiz remeteu as denúncias de Duran ao Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque, na condição de parlamentares eleitos, Moro e Dallagnol passaram a ter o chamado “foro privilegiado”. O magistrado solicitou também a inclusão do advogado em programa de proteção a testemunhas do governo federal, após Duran relatar que vem sendo “perseguido” até hoje por nomes ligados à Operação Lava Jato. No depoimento, o advogado também apresentou áudios e imagens que comprovariam o esquema de “extorsão”.

Na manhã desta quinta-feira, Moro pediu a Appio que reconsiderasse a decisão de enviar o caso ao STF. Ele alega que a extorsão apresentada por Tacla Duran não teria sido praticada no exercício de seu mandato parlamentar. Mas sim durante sua atuação como juiz. No entanto, se o advogado apresentar provas sobre as reiteradas ameaças e perseguições, os crimes estariam ainda em andamento.

Moro também alega que Appio não poderia proferir novas decisões antes de decidir sobre um pedido de suspeição formulado pelo Ministério Público Federal (MPF). Isso porque o atual titular da Lava Jato proferiu críticas à condução da operação, quando Moro e Dallagnol estavam no comando. Assim, Moro tenta escapar do juízo de Appio e do STF, ao mesmo tempo.

Depoimento

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, no entanto, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronuncie sobre o depoimento de Tacla Duran. Após a manifestação da PGR, a expectativa é que o ministro possa pedir a abertura de inquérito contra Moro e Dallagnol. Desse modo, o advogado seria chamado novamente a prestar depoimento, para esclarecer as ameaças e perseguições, além da prática de extorsão envolvendo os ex-integrantes da ‘Lava Jato’.

Em outra petição, encaminhada ao juiz Appio, Duran afirma que Moro tenta tumultuar o processo e "burlar" o STF. 

"Insofismável, portanto, o caráter tumultuário e a manifesta intenção do Ilustre Senador, em burlar a referida decisão proferida pela Suprema Corte, bem como a competência da mesma, razão pela qual se impõe a intervenção de Vossa Excelência, para fazer valer a autoridade do aresto da lavra do Eminente Ministro Ricardo Lewandowski, bem como a competência do STF".

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