STF retoma trabalhos com discursos de repúdio a golpismo bolsonarista

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Publicado Quarta, 01 de Fevereiro de 2023 às 13:47, por: CdB

Também foram ao STF o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o procurador-geral da República, Augusto Aras. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não compareceu devido ao ato de posse dos deputados e deputadas federais, que ocorreu no mesmo horário.

Por Redação - de Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou, na manhã desta quarta-feira, a sessão solene que marca a abertura do Ano Judiciário de 2023. Além dos 10 ministros e da presidente da Corte, ministra Rosa Weber, a cerimônia também contou com a participação do presidente Lula (PT) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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A ministra Rosa Weber, presidente do STF, abriu os trabalhos do Judiciário para este ano
Também foram ao STF o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o procurador-geral da República, Augusto Aras. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não compareceu devido ao ato de posse dos deputados e deputadas federais, que ocorreu no mesmo horário. Antes do discurso da presidente, o Supremo exibiu um vídeo institucional da campanha ‘Democracia Inabalada’, que mostra a destruição do plenário do STF promovida pelos terroristas bolsonaristas no dia 8 de janeiro. O STF foi o prédio mais vandalizado pelos criminosos, mas em pouco mais de 20 dias foi completamente revitalizado. Após a exibição do material, fortes e longos aplausos tomaram o plenário.

Pretensões

Weber afirmou, ainda, que a "criminosa" invasão e destruição do prédio do Supremo ocorreram pelas mãos de "uma turba insana movida pelo ódio e pela irracionalidade”. — Há três semanas, o emblemático prédio histórico, as instalações do Congresso e o Palácio do Planalto, sedes dos três pilares da democracia brasileira, foram alvos de ataque golpista e ignóbil, dirigido com maior virulência contra esta Suprema Corte, seguramente porque ela, ao fazer prevalecer em sua atuação jurisdicional a autoridade da Constituição, se contrapõe a toda sorte de pretensões autocráticas — afirmou, em seu discurso. Ainda segundo a ministra, “possuídos de ódio irracional e quase patológico, os vândalos, com total desapreço pela 'res publica' e imbuídos pela ousadia da ignorância, destroçaram bens públicos sujeitos à proteção especial, como os tombados pelo patrimônio histórico, mobiliários, tapetes e obras de arte”.

Retrocesso

O presidente Lula, por sua vez, discursou na sessão solene e elogiou a Suprema Corte. Sem citar diretamente o antecessor, Lula afirmou que o Brasil observou nos últimos anos "o mais duro teste da democracia" e disse que o Supremo tomou "decisões absolutamente corajosas para enfrentar e deter o retrocesso, o negacionismo e a violência política”. — Essa Corte atuou durante a pandemia para tirar da inação um governo que se recusava a atender as necessidades básicas da população, atuou para enfrentar a indústria de mentiras no submundo das redes sociais e para coibir os mais notórios propagadores do ódio político. Atuou por meio de seus representantes na Justiça Eleitoral para garantir nosso avançado processo eletrônico de votação e a própria realização das eleições no último ano. Esta Corte atuou e continua atuando para identificar e responsabilizar por seus crimes aqueles que atentaram de maneira selvagem contra a vontade das urnas. A história há de registrar e reconhecer esta página heróica do Judiciário brasileiro” — acrescentou o presidente. Lula também condenou os ataques terroristas promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro. O prédio do Supremo foi o mais atacado. — Me senti profundamente indignado ao visitar esta Casa, ao lado de governadores de todo o Brasil, logo na noite seguinte aos ataques terroristas. Sei que levarei essa indignação para o resto da minha vida. E sei que ela me fez redobrar a disposição de defender a democracia, conquistada a duras penas pelo povo brasileiro — concluiu.
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