Embora a pandemia de covid-19 esteja fora de controle e com baixa percentagem de brasileiros vacinados, Bolsonaro vem tratando o campeonato como questão de honra política. A questão mobiliza segmentos da sociedade e foi alvo de debate entre o ministro e os senadores da República.
Por Redação - de Brasília
A pedido da ministra Cármen Lúcia, o Supremo Tribunal Federal (STF) marcou, para esta quinta-feira, a sessão extraordinária que decidirá se acata pedido de suspensão da Copa América no Brasil. Em seu depoimento à CPI da Covid, na véspera, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que governadores e o presidente Jair Bolsonaro “estão cientes” dos riscos que envolvem a realização do campeonato.
Embora a pandemia de covid-19 esteja fora de controle e com baixa percentagem de brasileiros vacinados, Bolsonaro vem tratando o campeonato como questão de honra política. A questão mobiliza segmentos da sociedade e foi alvo de debate entre o ministro e os senadores da República. Enquanto Queiroga saía em defesa do presidente, por acolher uma decisão já rejeitada em outros países, o STF passou a analisar a questão.
A sessão levou em conta a urgência de decidir a respeito da realização ou não do torneio, no país, em processos movidos pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), assinado pelo deputado federal Júlio César Delgado, e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM). A ministra Cármen Lúcia é a relatora das duas ações e fez a solicitação da pauta, tendo seu pedido acolhido pelo presidente da Corte, Luiz Fux.
Delegações
Cármen Lúcia apontou necessidade de “excepcional urgência” de o STF apreciar a hipótese da suspensão, já que a Copa América tem início no domingo, 13 de junho. Os ministros vão votar no plenário virtual. Segundo uma das ações do PSB, a “permissão” ou “facilitação” do governo para realização do evento representa “temeridade” e “descaso” por parte das autoridades em meio à fase mais aguda da pandemia.
Na outra ação, a CNTM argumenta que a vinda de delegações estrangeiras para o Brasil aumenta o risco de propagação da covid-19, nos locais onde serão realizados os jogos. Caso ocorra, a Copa América terá partidas até 10 de julho e receberá, por 28 dias, delegações e profissionais de imprensa de 10 países.