Lula teve desempenho excepcional em entrevista, diz expert

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Publicado Sábado, 27 de Agosto de 2022 às 07:42, por: CdB

Monitoramento do Instituto Quaest de pesquisas revela que 15 milhões de pessoas foram alcançadas pelas mensagens sobre a entrevista de Lula. Entrevistado na segunda-feira, Bolsonaro teve alcance de 9 milhões de pessoas. Ciro, entrevistado no dia seguinte, teve 2 milhões. Os dados são do professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Felipe Nunes, diretor do Instituto Quaest.

Por Redação - de São Paulo
A entrevista do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Jornal Nacional (JN) da Rede Globo, na noite passada, teve melhor desempenho nas redes sociais do que as entrevistas de Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT). Monitoramento do Instituto Quaest de pesquisas revela que 15 milhões de pessoas foram alcançadas pelas mensagens sobre a entrevista de Lula durante sua exibição, o que representou a melhor média de alcance do petista.
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Na entrevista ao JN, Lula exerceu sua retórica política mais fina
Entrevistado na segunda-feira, Bolsonaro teve alcance de 9 milhões de pessoas. Ciro, entrevistado no dia seguinte, teve 2 milhões. Os dados são do professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Felipe Nunes, diretor do Instituto Quaest. O analista de dados de redes sociais com foco em política Pedro Barciela também aponta o maior desempenho de Lula nas redes sociais durante a entrevista. Segundo ele, Lula teve no Twitter 66% dos usuários ligados direta ou indiretamente ao cluster petista, dos quais 25% estavam “para além da polarização” e se somam ao cluster petista, agora com novos influenciadores.

‘Bobo da corte’

Já o bolsonarismo contou com menos de 20%. — Lula falou para fora e foi muito bem recebido — afirmou Barciela. Segundo o monitoramento do Instituto Quaest, os momentos da entrevista em que Lula teve mais menções positivas foram quando defendeu as medidas anticorrupção no seu governo e a apuração dos erros de qualquer um, quando defendeu a aliança com o candidato a vice em sua chapa, Geraldo Alckmin, e quando defendeu que política não é lugar de ódio. Segundo o instituto Quaest, na média, Lula obteve 48% de menções positivas, contra 52% de menções negativas, considerando todo o período da entrevista. Foi pior que Ciro (54%) e melhor que Bolsonaro (35%). As palavras mais citadas pelas pessoas que comentaram a entrevista: ‘bobo da corte’, ‘orçamento secreto’ e ‘combate ‘à corrupção’.

Agronegócio

A certa altura da entrevista, a apresentadora Renata Vasconcellos introduziu a questão do agronegócio. Segundo ela, apesar de o setor ter crescido no governo do petista, hoje “grande parte do setor agro” não apoia o candidato. — O senhor atribui esse afastamento a desconfianças talvez geradas pelo relacionamento do seu partido com o MST? — perguntou jornalista. A resposta estava na ponta da língua: — O MST está fazendo uma coisa extraordinária: está cuidando de produzir. Não sei se você sabe, o MST, hoje, tem várias cooperativas e o MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. Você tem que visitar uma cooperativa do MST, Renata. Você vai ver que aquele MST de 30 anos atrás não existe mais.

Corrupção

A entrevista foi iniciada com a pergunta do apresentador sobre o tema corrupção, enfatizando a suspeição do juiz Sergio Moro na condução da Operação Lava Jato e frisando: — O senhor não deve mais nada à Justiça. Em seguida, perguntou ao candidato como fará para evitar novos casos de corrupção em seu eventual novo governo. Em resposta, Lula afirmou que, acima de tudo, o governo tem de ter instituições fortes para garantir a democracia no país. — A corrupção só aparece quando você governa de forma republicana, e permite que as pessoas sejam investigadas, independentemente de quem seja. Pode ficar tranquilo que quem cometer erro, pagará — resumiu o ex-presidente, reafirmando o seu compromisso com o combate à corrupção.
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