Lula desconfia que o silêncio de Bolsonaro ‘se chama Queiroz’

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Publicado Terça, 11 de Agosto de 2020 às 11:26, por: CdB

Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, são suspeitos de envolvimento no caso do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando o primogênito do presidente Bolsonaro era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desconfia que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) preocupa-se apenas com o envolvimento de familiares em escândalos que se proliferam em ações na Justiça. A prisão do ex-assessor da família Fabrício Queiroz mudou o comportamento do mandatário neofascista.
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Lula, em entrevista, prometeu continuar na carreira política e "levantar o moral da tropa"
— O que deixou ele mais quieto foi o Queiroz, porque seus filhos podem cair pelas denúncias — disse Lula, a jornalistas, nesta terça-feira. Ainda nesta manhã, a defesa de Fabrício Queiroz entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), para evitar que ele volte para a prisão, disseram fontes à agência inglesa de notícias Reuters. ‘Rachadinha’ Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, são suspeitos de envolvimento no caso do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando o primogênito do presidente Bolsonaro era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O ex-assessor foi preso em junho, mas posteriormente foi beneficiado por habeas corpus concedido pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, durante o recesso do Judiciário. A mulher dele, mesmo foragida à época, foi beneficiada pela decisão de Noronha. Após a decisão do presidente do STJ, Queiroz e a mulher estão em prisão domiciliar e monitorados por tornozeleira eletrônica desde o mês passado. Na semana passada, reportagens na imprensa apontaram, com base em documentos de investigação oficial, que o ex-assessor parlamentar depositou R$ 72 mil na conta da hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro, durante o período em que seria o operador do esquema de desvio e apropriação de salários de servidores do gabinete de Flávio. Sob sigilo No recurso ao STF que corre sob sigilo e foi distribuído ao ministro Gilmar Mendes, segundo fontes, a defesa de Queiroz pede o fim a qualquer tipo de restrição a Queiroz. Quer também um habeas corpus preventivo para evitar que o relator do caso no STJ, ministro Félix Fischer, casse a decisão dada por Noronha durante o recesso. Fischer estava afastado do STJ após licença de saúde e deve retornar às atividades nesta semana. Se ele revogar a decisão dada por Noronha, Fabrício Queiroz poderia voltar para prisão. Após duas importantes vitórias na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, a defesa do ex-presidente espera agora o julgamento do habeas corpus sobre a suspeição do então juiz Sergio Moro. Lula se diz otimista com o caso e acredita que será inocentado. Aliança Ao ser questionado se, caso recupere seus direitos políticos, será candidato à presidência em 2022, ele não negou a possibilidade. — Tudo depende da circunstância política. Estarei vivo, forte e com muita energia. Quando estava na primeira eleição, disseram que não tinha motivo para eu participar e acabei no segundo turno. Hoje, falam a mesma coisa sobre o ‘antipetismo’, mas as pessoas são convencidas pelas ideias. Estou certo de que temos todas as condições de tirar Bolsonaro da presidência em 2022 — acredita. Sobre a possibilidade de criar uma aliança progressista entre os partidos políticos de esquerda e centro-esquerda, Lula defendeu a hipótese apenas no segundo turno. — É melhor construir alianças no segundo turno do que ganhar, com 50%, no primeiro. O segundo turno é um benefício para o país. Você não pode tirar o direito de um partido defender seu programa e as pessoas de escolherem — concluiu o líder petista.
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