Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Geddel, preso por fraude, livra-se de processo por prevaricação

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Terça, 06 de Agosto de 2024 às 20:33, por: CdB

Em 2017, Vieira Lima foi preso durante a ‘Operação Lava Jato’. Em um apartamento do ministro em Salvador foram encontrados R$ 51 milhões, em espécie. A prisão dele se deu na ‘Operação Cui Bono’, que apurou um esquema de fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal (CEF).

Por Redação – de Brasília

Em liberdade condicional desde 2022, o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima teve um processo arquivado pela Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República. A decisão, publicada no Diário Oficial da União (D.O.U), trata de supostos recebimentos de vantagens indevidas (prevaricação), no exercício do cargo.

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O ex-ministro Geddel Vieira Lima já está solto

Na mesma sessão, o CEP aplicou censura ética no ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e no ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

Em 2017, Vieira Lima foi preso durante a ‘Operação Lava Jato’. Em um apartamento do ministro em Salvador foram encontrados R$ 51 milhões, em espécie. A prisão dele se deu na ‘Operação Cui Bono’, que apurou um esquema de fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal (CEF).

 

Orcrim

O processo ético arquivado também alcançou o ex-diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) Elias Fernandes Neto. A íntegra do processo ainda não está disponível ao público.

Em 2017, o ex-ministro foi condenado a 14 anos e 10 meses de reclusão por organização criminosa (orcrim) e lavagem de dinheiro devido aos R$ 51 milhões em espécie apreendidos em Salvador. A decisão foi da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou que o ex-ministro cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Em 2021, a pena de Lima foi reduzida para 13 anos e quatro meses de prisão. Desde fevereiro de 2022, ele cumpre liberdade condicional determinada pelo ministro do STF Edson Fachin.

 

Censura

Ainda na sessão do comitê de ética, ficou determinado que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub cometeu infração ética em manifestações feitas nas redes sociais. O processo também corre em segredo de Justiça.

Há, ainda, cinco sanções éticas vigentes contra Weintraub. Quatro delas giram em torno de manifestações em redes sociais e “manifestações públicas indevidas”. Uma das punições de Weintraub foi motivado por ofensas ao educador Paulo Freire e ataques às autoridades e às instituições de ensino superior. O ex-ministro já chamou o patrono da Educação brasileira de “feio e fraco” e “energúmeno”.

Em entrevista ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, nesta manhã, o ex-ministro disse se sentir “honrado” com a punição.

— A Comissão de Ética da Presidência nunca condenou nenhum suposto caso de corrupção, dos milhões desviados, que eu saiba. Eu não tenho uma única suspeita, zero. Eu me sinto honrado em ser condenado por um comitê desse e ele me considerar uma pessoa que não segue a ética deles — concluiu Weintraub.

 

Instagram

Já o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques também sofreu uma punição pelo CEP. O comitê considerou que ele cometeu infração ética ao manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial de 2022 e ao utilizar os recursos corporação para prejudicar o deslocamento de eleitores no segundo turno das eleições daquele ano.

Às vésperas do segundo turno, Vasques usou a sua conta no Instagram para pedir o voto no então presidente Bolsonaro. Ele publicou uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: “Vote 22, Bolsonaro presidente”.

Vasques foi preso pela Polícia Federal (PF) em agosto do ano passado no âmbito da ‘Operação Constituição Cidadã’. Desde então, ele está destino na Penitenciária da Papuda, na Capital Federal.

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