Publicado Segunda, 16 de Dezembro de 2019 às 13:13, por: CdB
Nenhum ponto de retenção foi registrado nas principais rodovias paulistas, entre elas a Presidente Dutra, a Régis Bittencourt e a Fernão Dias, durante toda a manhã. As informações obtidas pela reportagem do Correio do Brasil foram confirmadas pelas concessionárias das três estradas.
Por Redação - de São Paulo
A paralisação dos caminhoneiros, convocada para esta segunda-feira, foi um fiasco. Até as 10h da manhã desta segunda-feira, não havia registros de paralisação em nenhum ponto do Brasil. Alguns líderes do movimento, no entanto, ainda acreditam no risco de uma greve, ou locaute, nos próximos dias.
O preço da cesta básica teve variação máxima, no ano passado, devido ao locaute dos caminhoneiros
Nenhum ponto de retenção foi registrado nas principais rodovias paulistas, entre elas a Presidente Dutra, a Régis Bittencourt e a Fernão Dias, durante toda a manhã. As informações obtidas pela reportagem do Correio do Brasil foram confirmadas pelas concessionárias das três estradas.
Uma nova paralisação dos caminhoneiros, no entanto, não foi de todo abandonada. Os profissionais aguardam a publicação, no Diário Oficial da União (DOU), da resolução que determina o cumprimento das regras de emissão da Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT) pelas transportadoras. O documento deverá regulamentar o pagamento do valor do frete ao caminhoneiro.
— A empresa que contratar frete abaixo da tabela ficará sujeita a multa de até R$ 5 mil — afirmou a jornalistas Wallace Costa Landim, um dos líderes da greve de 2018.
Tabela
Outra medida que pode levar à greve de caminhoneiros é a nova tabela de frete. A divulgação está prevista para o dia 20 de janeiro.
— Vamos analisar se o governo vai começar a atender nossas demandas. Desde a paralisação feita no ano passado, nada mudou — disse, em entrevista coletiva, o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é a responsável pela publicação da nova tabela. Estudo do grupo de pesquisa em Logística Agroindustrial Esalq-Log, ligado à Universidade de São Paulo, informa que o setor espera um reajuste médio em torno de 14%.
Silva teme que não haja reajuste nos valores pagos aos caminhoneiros. Segundo ele, em audiência pública feita na ANTT no dia 22 de novembro, os representantes dos embarcadores se recusam a negociar aumento para o frete.
Indústria
Deflagrada em maio de 2018, a primeira greve de caminhoneiros paralisou o país. A principal reivindicação era a redução da carga tributária sobre o óleo diesel. Segundo a categoria, o combustível representa 42% do custo do frete.
O governo, então, anunciou uma redução de R$ 0,46 no preço do diesel, provenientes do fim da Cide sobre o combustível e de uma diminuição da alíquota de PIS/Cofins. Além disso, se comprometeu a publicar uma tabela que regulamentava preços mínimos para o preço do frete.
A primeira versão foi contestada por produtores rurais e pela indústria. Os dois setores alegaram que a cobrança do frete iria inviabilizar o setor produtivo. Foi elaborada uma segunda versão, que reduzia em média 20% dos valores mínimos do frete.
Poucas horas após ser publicada e com críticas de diversos setores, o governo revogou a tabela. Foi só pouco antes do recesso parlamentar e com forte pressão dos caminhoneiros que o Congresso aprovou a tabela de preços mínimos para o transporte rodoviário.