Professores da UnB rejeitam proposta de reajuste zero e mantêm greve

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Publicado Sexta, 26 de Abril de 2024 às 12:16, por: CdB

A reivindicação dos docentes foi 7,06% em 2024, e o mesmo percentual nos anos de 2025 e 2026. "Entendemos que existem avanços nas negociações com o governo. Entretanto, ainda seguem sendo insuficientes.


Por Redação, com Brasil de Fato e ABr - de Brasília


Os docentes da Universidade de Brasília (UnB) se reuniram na quarta-feira em Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre a proposta apresentada pelo governo na rodada de negociação realizada nos dias 10 e 19 de abril.  O governo propôs 0% de reajuste para 2024; 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A proposta foi rejeitada pela plenária. 




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Docentes da UnB em Assembleia Geral

A reivindicação dos docentes foi 7,06% em 2024, e o mesmo percentual nos anos de 2025 e 2026. "Entendemos que existem avanços nas negociações com o governo. Entretanto, ainda seguem sendo insuficientes. Por isso, seguimos em greve, seguimos unidos na luta e na mobilização", afirmou Eliene Novaes, presidenta da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB).


– Não é apenas por reajuste por nossos salários ou benefícios, mas pela recomposição do orçamento das universidades, pela valorização da carreira docente, em defesa das aposentadas e aposentados e de seus direitos – acrescentou a presidente da ADUnB. Segundo ela, o resultado da Assembleia aponta para a continuidade da luta para avançar nas conquistas da categoria. 


O outro ponto da pauta foi a deliberação sobre o Termo de Compromisso que propôs a atualização dos auxílios, no qual o governo federal apresenta a proposta para reajuste dos auxílios: auxílio-alimentação: R$658,00 para R$ 1 mil; assistência pré-escolar (auxílio-creche), R$321 para R$ 484,90; auxílio-saúde per capita, reajuste de até 51%, considerando a faixa de idade e renda do servidor. A implementação desses reajustes está prevista para maio e os docentes aprovaram este ponto de pauta.



Greve da UnB


Os professores UnB iniciaram greve no dia 15 de abril, sendo que pauta central do movimento é o reajuste salarial da categoria e a reestruturação da carreira, reivindicações que unem ação paredista de professores universitários e outras categorias de servidores federais em nível nacional. Na ocasião foi montado o Comando Local de Greve da UnB.



Professores da UFRJ


A Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ADUFRJ) organizou no último dia 19 um ato por salários, mais bolsas de pesquisa e melhores condições de trabalho. Sob o lema de “Eu amo a UFRJ”, os manifestantes estenderam faixas e balões coloridos nas escadarias do Ministério da Fazenda, na avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio.


– O ato cumpriu o propósito de fazer uma manifestação pública em defesa da universidade, indicando que ela é um espaço importante para a construção de um Brasil mais solidário, com produção científica e acadêmica – disse a presidenta da ADUFRJ, Mayra Goulart.


Segundo os professores, a UFRJ tem um orçamento que não cobre os gastos do cotidiano da universidade, os salários de terceirizados estão atrasados, serviços de manutenção e limpeza deficientes e obras paradas. Além disso, as instalações apresentam problemas graves de manutenção e sistema elétrico precário.


Os manifestantes também cobram mais bolsas de pesquisa, bandejões abertos e ampliação de alojamentos, para garantir que os estudantes consigam permanecer nos cursos.


– O próximo passo agora é aguardar a mesa de negociação e analisar a proposta do governo, para decidir sobre novas estratégias. Acreditamos em uma nova proposta do governo federal e a gente espera que seja algo que contemple, de alguma forma, os anseios da categoria – disse a presidenta da ADUFRJ.



UFF em greve


No dia 18, os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) aprovaram uma greve com início para o dia 29 de abril. A assembleia terminou com 239 votos favoráveis e 138 contrários. Os debates ocorreram de forma descentralizada, com participações simultâneas nos campi de sete cidades: Niterói, Rio das Ostras, Friburgo, Campos, Pádua, Angra e Volta Redonda.


Até o dia 29, a categoria decidiu se manter em estado de greve. Entre as muitas pautas, foram destacados a necessidade de aumento no orçamento da universidade, melhorias na assistência estudantil, estrutura, cotas para docentes negros e indígenas, e bolsas automáticas.


– Foi muito importante esse movimento para lidarmos com os próximos desafios. Queremos nos somar aos professores do ensino superior e mobilizar todas as nossas bases, e pautarmos a reestruturação da carreira e a recomposição salarial. Vamos juntos, docentes, discentes e técnicos construir essa greve. E esperamos que todos se unam nessa luta pela educação e pelo serviço público federal – disse a professora Maria Cecília Castro, presidenta da Associação dos Docentes da UFF (Aduff), em vídeo postado nas redes sociais da instituição.


Com a decisão, a UFF vai aderir ao movimento nacional liderado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que teve início na última segunda-feira.


No Estado do Rio de Janeiro, professores do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) já tinham decidido aderir à greve a partir do dia 2 de maio. Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) os docentes estão mobilizados em estado de greve.


Em todo o país, o Andes informa que docentes de 24 instituições federais estão em greve e que há indicativos de greve em outras 11 instituições.




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