Rio de Janeiro, 04 de Outubro de 2024

Esperando a hora de ser preso

Arquivado em:
Segunda, 08 de Maio de 2023 às 20:16, por: Rui Martins

O Estado de S. Paulo e a Polícia Federal não colaboraram com os pizzaiolos. O primeiro trouxe à tona o escândalo das jóias ofertadas ao Ali Babão e sua sem-sorte em troca do que ainda não foi esclarecido, mas um dia decerto será; e a segunda, a falsificação do cartão de vacinação do negacionista fujão e seus acompanhantes para burlar as autoridades estadunidenses.


Por Celso Lungaretti



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A maioria das apostas é a de que o genocida Bozo não escapará da prisão






Jair Bolsonaro estava certo de que sua única punição pra valer seria a inelegibilidade, daí ter voltado ao Brasil para tentar manter-se como líder da extrema-direita alucinada.


Esqueceu que o seu papel no circo sempre foi o de palhaço, não o de domador: meteu a cabeça na boca do leão. E as garantias que recebeu foram varridas de cena pelo inesperado.


Não tenho dúvidas de que as principais forças políticas de nossa podre institucionalidade, inclusive o PT, tinham concordado com tal pizza. O que valeu para os torturadores da ditadura militar valeria também para o maior exterminador de brasileiros de todos os tempos.





Jair Bolsonaro estava certo de que sua única punição pra valer seria a inelegibilidade, daí ter voltado ao Brasil para tentar manter-se como líder da extrema-direita alucinada.


Esqueceu que o seu papel no circo sempre foi o de palhaço, não o de domador: meteu a cabeça na boca do leão. E as garantias que recebeu foram varridas de cena pelo inesperado.


Não tenho dúvidas de que as principais forças políticas de nossa podre institucionalidade, inclusive o PT, tinham concordado com tal pizza. O que valeu para os torturadores da ditadura militar valeria também para o maior exterminador de brasileiros de todos os tempos.


A gente brasileira só passou por brava naquele hino que acabou sendo trocado por outro mais borocoxô. E a tal crava forte da Justiça deve ser muito pesada, pois quase nunca é erguida e, quando isto porventura acontece, desaba no chão logo em seguida.


Mas O Estado de S. Paulo e a Polícia Federal não colaboraram com os pizzaiolos. O primeiro trouxe à tona o escândalo das joias ofertadas ao Ali Babão e sua sem-sorte em troca do que ainda não foi esclarecido, mas um dia decerto será; e a segunda, a falsificação do cartão de vacinação do negacionista fujão e seus acompanhantes para burlar as autoridades estadunidenses.



Fez lembrar a trupe alagoana do Fernando Collor, acostumada a agir como bem entendia onde a imprensa e a polícia não cumpriam suas missões. Quis repetir o modus operandi ao governar o país e deixou as digitais impressas numa monte de ilegalidades.



O Bozo e seus milicianos do RJ fizeram o mesmo, só que em progressão geométrica, comparativamente à progressão aritmética do caçador de marajás.


Acreditando que se eternizariam no poder mediante golpe de estado, não se incomodaram em espalhar provas aos montes, além de engajarem em suas maracutaias uma infinidade de cúmplices prontos a caguetá-los para salvar a própria pele quando a vaca fosse pro brejo.


Agora, a pizza pronta para ir ao forno inevitavelmente será jogada no latão de lixo e a quadrilha que começou com as rachadinhas e acabou rachando o Brasil está a caminho das grades.


Até mesmo os responsáveis por ela ter chegado tão longe já perceberam que não colherão benefício nenhum protegendo-a, enquanto o prejuízo aumenta cada vez mais. Então, como bem notou o Josias de Souza, decidiram buscar outro candidato a tirano para liderar a boiada:



"Avalia-se que permanece inalterada a disposição de algo entre 15% e 20% do eleitorado de acreditar em tudo o que Bolsonaro diz. Estima-se, porém, que os conservadores incrédulos tendem a intensificar a busca por líderes políticos que, como eles, já não acreditam em nada do que Bolsonaro faz e diz".




Happy end? Não. Temos todos de botar a mão na consciência e nos perguntar como deixamos uma corja tão crapulosa e medíocre, verdadeiros ladrões de galinhas, causar tanto estrago ao longo de quatro anos.


Porque não tivemos coragem de impinchar o maior merecedor de impeachment dentre todos os que já foram aqui impinchados ou que escaparam de sê-lo, algo entre 350 mil e 400 mil brasileiros acabaram exterminados durante a pandemia da covid, embora pudessem ser salvos se a vacinação não houvesse sido flagrantemente sabotada.


E a facilidade com que corruptores e corrompidos teceram uma teia quase perfeita de impunidade deixa um alerta: a extrema-direita acabará se reerguendo adiante e vai voltar à carga com alguma liderança melhor (pior do que a incompetência, insanidade e covardia do Bolsonaro seria impossível!).


Não nos iludamos, portanto. O que obtivemos até agora foi apenas uma trégua; nada nos garante que, principalmente se a economia brasileira continuar no fundo do poço, o pesadelo não vá se repetir.


Dependendo de como agirmos doravante os bárbaros poderão completar sua obra, destruindo o que ainda nos resta de civilização.


Por Celso LLungaretti, publicado originalmente no blog Náufrago da Utopia.




Direto da Redação é um fórum de debates publicado no jornal Correio do Brasil pelo jornalista Rui Martins.


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