Rio de Janeiro, 21 de Setembro de 2024

Decisão unânime de manter juros altos poupa Galípolo, segundo aliados

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Quinta, 20 de Junho de 2024 às 20:08, por: CdB

Galípolo acompanhou o voto da manutenção da taxa básica de juros com Campos Neto, alvo de críticas do presidente Lula. Segundo aliados de Lula, Galípolo permanece como favorito a ser indicado para a Presidência do Banco. Segundo essas fontes, ouvidas pela agência norte-americana de notícias Bloomberg, a votação por manter a Selic entre as maiores taxas de juros oficiais, no mundo, era esperada.

Por Redação – de Brasília

A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, segundo aliados do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não muda a situação de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC, como um dos favoritos para substituir o atual presidente, Campos Neto.

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O ex-banqueiro Galípolo participou da privatização de empresas públicas, entre elas a Cedae

Galípolo acompanhou o voto da manutenção da taxa básica de juros com Campos Neto, alvo de críticas do presidente Lula. Segundo aliados de Lula, Galípolo permanece como favorito a ser indicado para a Presidência do Banco. Segundo essas fontes, ouvidas pela agência norte-americana de notícias Bloomberg, a votação por manter a Selic entre as maiores taxas de juros oficiais, no mundo, era esperada.

A taxa de juros real no Brasil está em torno de 6,79% ao ano, ficando atrás apenas da Rússia, que lidera o ranking com 8,91%. Os juros reais representam a taxa nominal descontada da inflação, sendo um indicador para avaliar o impacto das taxas de juros na economia.

 

Unânime

O cálculo da taxa de juros real considera a inflação e os juros futuros projetados pelo mercado financeiro para os próximos 12 meses. Para o Brasil, a metodologia utilizou a inflação projetada de 3,96%, conforme o Boletim Focus, e a taxa de juros DI para o vencimento mais líquido, em junho de 2025.

A decisão, muito criticada, foi unânime entre os nove membros do colegiado, contrariando parte do mercado que esperava uma postura mais leniente dos membros indicados pelo atual governo.

Segundo comunicado do BC, a decisão foi influenciada por um cenário doméstico de resiliência nas atividades econômicas, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas. No cenário global, o colegiado destacou a incerteza econômica.

O BC não prevê novos cortes na taxa de juros no curto prazo e reforçou que a política monetária deve permanecer contracionista pelo tempo necessário para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas em torno das metas estabelecidas.

 

Inflação

A opção de “interromper” o ciclo de queda da Selic, no entanto, torna-se um argumento efetivo para o controle da inflação, segundo economistas das mais diversas instituições bancárias do país. O Copom indicou, ao votar unanimemente pela manutenção da taxa Selic, que se manterá “vigilante” e que a política monetária deve se manter contracionista “por tempo suficiente” para desinflação e ancoragem das expectativas, segundo comunicado divulgado após a decisão.

Além disso, o BC incorporou um “cenário alternativo” às projeções, que sinaliza convergência da inflação para a meta em 2025 no caso de manutenção da Selic no patamar atual. A unanimidade e a sinalização de juros altos por mais tempo devem servir para acalmar os ativos domésticos, segundo analistas.

Podem ainda aliviar as expectativas de inflação, que passaram a refletir dúvidas sobre a sucessão de Roberto Campos Neto à frente do BC, especialmente depois da divergência dos diretores indicados pelo presidente Lula, na reunião anterior.

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