Dallagnol reclama da cobrança sobre irregularidades na Lava Jato

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Publicado Sexta, 09 de Junho de 2023 às 14:34, por: CdB

Dallagnol, Janot e Romão teriam, agora, que pagar solidariamente R$ 2,831,808,17; além de multa individual de R$ 200 mil. Em dezembro de 2022, no entanto, a VI Vara Federal de Curitiba anulou o acórdão do TCU, e a decisão foi confirmada no Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF IV).


Por Redação - de Brasília

Ex-procurador e deputado cassado, Deltan Dallagnol (Podemos-PR) divulgou vídeo em suas redes sociais que ainda estão no ar, em que se diz revoltado com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de manter sua condenação em processo que pede o ressarcimento de valores gastos indevidamente com a ‘Operação Lava Jato’. No ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou Deltan, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e e o ex-procurador-chefe do Ministério Público no Paraná João Vicente Beraldo a devolverem R$ 2,8 milhões aos cofres públicos pelo pagamento de diárias e passagens a integrantes da força-tarefa.

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O ex-procurador Deltan Dallagnol, em frente à 'Casa da Mãe Joana', conforme classificou o STF


— Mais uma bomba foi jogada em mim essa semana e agora também sobre a minha família. Eu fico me perguntando onde está a Justiça nesse país, eu tô revoltado — reclamou o parceiro do ex-juiz incompetente e parcial, agora senador, Sérgio Moro (UB-PR).

O TCU apura gastos relativos ao pagamento de diárias e passagens a integrantes da Lava Jato e, em junho do ano passado, o juiz Augusto César Pansini Gonçalves, da 6.ª Vara Federal de Curitiba, decidiu suspender o processo. Ele disse que Deltan não foi o ordenador de despesas e não “arquitetou o modelo de pagamento das diárias e passagens dos colegas”.

Janot e Romão


Naquele mesmo mês, no entanto, o então presidente do STJ, ministro Humberto Martins, suspendeu a decisão de Curitiba e autorizou a continuação do processo no TCU. Ele entendeu que a Justiça do Paraná havia ferido a autonomia do Tribunal de Contas. Assim, em agosto do ano passado, Deltan foi condenado pela II Câmara Ordinária do TCU, que viu “ato de gestão ilegítimo e antieconômico” na Lava Jato em Curitiba.

Dallagnol, Janot e Romão teriam, agora, que pagar solidariamente R$ 2,831,808,17; além de multa individual de R$ 200 mil. Em dezembro de 2022, no entanto, a VI Vara Federal de Curitiba anulou o acórdão do TCU, e a decisão foi confirmada no Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF IV).

O STJ, contudo, decidiu manter aberto o processo do ex-deputado no TCU, por 6 votos a 5. O julgamento ocorreu na antevéspera. A Corte Especial do STJ analisava um recurso de Dallagnol contra a decisão de Humberto Martins de junho de 2022. Manteve-se o entendimento anterior, de que a Justiça Federal do Paraná violou a ordem pública ao suspender a ação do Tribunal de Contas.

Recontagem


O ex-procurador da Lava Jato perdeu o mandato de deputado nesta semana, após a Câmara executar a decisão do Tribunal Superior Eleitoiral. E nesta sexta-feira, tramitava em seus últimos votos a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre se sua vaga iria para o suplente, Luiz Carlos Hauly. A Corte analisava, ao longo do dia, a sentença monocrática do ministro Dias Toffoli, que contemplou Hauly em detrimento de um candidato do PL.

No início desta madrugada, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou a posição que já havia apresentado em decisão individual. Ele votou para destinar o mandato do deputado cassado Dallagnol ao seu suplente, o economista Luiz Carlos Hauly. Ele foi acompanhado por Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

A posição de Toffoli e Moraes contraria o que havia decidido o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que após uma recontagem dos votos anunciou o pastor Itamar Paim (PL) como substituto.

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