Appio é acusado de telefonar para o filho de um dos desembargadores, Marcelo Malucelli, se passando por uma terceira pessoa para ter acesso a seus dados pessoais. A ligação entre Appio e João Malucelli teria ocorrido em 13 de abril de 2023. Malucelli é advogado, sócio tanto do ex-juiz suspeito e incompetente Sergio Moro (UB-PR), hoje senador.
10h28 - de Brasília
A truculência na forma como ocorreu o afastamento do juiz Eduardo Appio de seu posto, na 13ª Vara Federal de Curitiba, há uma semana, levou o corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, a determinar uma correição extraordinária nas instâncias envolvidas em tal decisão. A operação passará um pente fino no trabalho da 13ª Vara e nos gabinetes dos desembargadores da 8ª Turma da Corte, com acesso inclusive a documentos arquivados em seus computadores.
Appio é acusado de telefonar para o filho de um dos desembargadores, Marcelo Malucelli, se passando por uma terceira pessoa para ter acesso a seus dados pessoais. A ligação entre Appio e João Malucelli teria ocorrido em 13 de abril de 2023. Malucelli é advogado, sócio tanto do ex-juiz suspeito e incompetente Sergio Moro (UB-PR), hoje senador, quanto da mulher dele, a deputada Rosângela Moro (UB-SP). Appio foi afastado por ordem do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV), em 22 de maio.
Fatos
O TRF-IV baseia-se em evidências do acesso de Appio a informações de eficácia de Malucelli no sistema interno da Justiça Federal e, em seguida, de uma ligação para o seu filho para confirmar a relação familiar. O juiz afastado, no entanto, não teve a oportunidade de se defender, diante uma decisão grave dos desembargadores.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou que a medida se deu, entre outros motivos, pela existência de diversas reclamações disciplinares apresentadas ao órgão, ao longo dos últimos dias, "apontando a necessidade de fiscalização e apuração de fatos relacionados à conduta de magistrados e de desembargadores vinculados à vara judicial".