Artistas se mobilizam para derrubar vetos de Bolsonaro à Cultura

Arquivado em:
Publicado Terça, 05 de Julho de 2022 às 12:22, por: CdB

Um grupo de trabalhadores do ramo esteve na Comissão de Cultura da Câmara na véspera para ampliar o coro pela recuperação dos pontos que foram alvo da implicância do presidente Jair Bolsonaro (PL), que vetou integralmente as duas propostas. A classe artística está mobilizada no sentido de anular a decisão do mandatário neofascista, contrário à Cultura.

Por Redação, com RBA - de Brasília
Artistas dos mais variados matizes e parlamentares de oposição intensificaram a pressão nesta semana para que o Congresso derrube os vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL) às Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2, que preveem incentivos orçamentários destinados ao setor cultural. As duas pautas estavam em destaque no Legislativo nesta terça-feira.
artistas-veto.jpg
A classe artística está mobilizada para derrubar os vetos do mandatário neofascista às leis de incentivo à Cultura
Um grupo de trabalhadores do ramo esteve na Comissão de Cultura da Câmara na véspera para ampliar o coro pela recuperação dos pontos que foram alvo da implicância do mandatário neofascista, que vetou integralmente as duas propostas. A Lei Paulo Gustavo, por exemplo, previa R$ 3,8 bilhões do Fundo Nacional de Cultural (FNC) para estímulo a projetos culturais, com distribuição dos recursos para diferentes fins, incluindo investimentos no setor audiovisual, apoio a reformas de salas de cinema e ao desenvolvimento de espaços artísticos e culturais, organizações culturais comunitárias e outros que tenham sido afetados pela dinâmica da pandemia.

Área cultural

A Lei Aldir Blanc 2, por sua vez, projeta repasses anuais de R$ 3 bilhões por parte da União a Estados, municípios e Distrito Federal durante cinco anos para investimentos na área de cultura. O veto às duas propostas acentuou a já conhecida antipatia que marca a relação entre artistas e o presidente Bolsonaro, cuja gestão desidratou as políticas públicas na área cultural. Agora, o segmento batalha pela validade dos textos aprovados por deputados e senadores e alimenta a esperança de ver as duas leis sancionadas em breve por força de uma decisão do Congresso. — Não há possibilidade de se ter vida cultural sem o mínimo de esperança. Não há vida cultural sem esperança. Costumo dizer que a esperança é a penúltima que morre. Depois dela morre o artista, porque nenhum de nós tem condições de sobreviver sem esperança. É ela que nos anima, que nos impulsiona, nos dá força e constrói a utopia na nossa cabeça — disse o ator e teatrólogo Amir Haddad.

Ataque violento

Ele salientou a importância de o país injetar verbas no setor cultural como forma de autodesenvolvimento. — Vetar a cultura, sob qualquer aspecto, é sempre um ataque violento à vida, da mesma maneira que impulsionar, expandir a vida cultural em qualquer aspecto é uma homenagem, uma ode à vida e à esperança — acrescentou. Os vetos somente poderão ser revistos em sessão conjunta que reúna deputados e senadores, no Congresso, portanto, as propostas dependem de nova avaliação dos parlamentares para serem convertidas em lei. Daí uma maior pressão da classe artística neste momento. “Estamos aqui hoje pra defender a cultura, a arte, os artistas e os profissionais da indústria cultural brasileira. Estamos aqui porque, sem o compromisso político com a cultura e a arte, o país e o nosso povo estão em risco. Esperamos que as senhoras e os senhores, representantes do povo brasileiro nesta Casa, cientes disso, façam a sua parte.”, pressionou a atriz Vera Fischer, ao se dirigir aos parlamentares.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo