Aras também comentou declarações do presidente de que ele seria um forte candidato caso possa indicar um terceiro nome ao Supremo Tribunal Federal (STF). O mandato de Bolsonaro vai até o final de 2022, até lá o ministro Celso de Mello se aposentará compulsoriamente em novembro deste ano.
Por Redação - de Brasília
O procurador-geral da República, Augusto Aras, deixou escapar, em entrevista a uma rede pública de TV, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não combinou com ele quando falou em arquivamento do inquérito que apura se o presidente tentou interferir, politicamente, na Polícia Federal.
— Ocorre que é uma declaração unilateral. O presidente esqueceu de combinar comigo — disse Aras, na entrevista ao programa Conversa com Bial, da Rede Globo de Televisão. O procurador-geral evitou afirmar qual será o destino do inquérito, que pode ser arquivado ou levar a uma denúncia contra Bolsonaro.
Aras também comentou declarações do presidente de que ele seria um forte candidato caso possa indicar um terceiro nome ao Supremo Tribunal Federal (STF). O mandato de Bolsonaro vai até o final de 2022, até lá o ministro Celso de Mello se aposentará compulsoriamente em novembro deste ano ao completar 75 anos, e o mesmo acontecerá com Marco Aurélio Mello no ano que vem.
Projetos
Uma eventual terceira vaga neste mandato de Bolsonaro, que já disse que pretende buscar a reeleição em 2022, só abriria em caso de morte ou aposentadoria voluntária de um dos demais ministros da corte. Ao comentar o assunto, Aras disse que chegou ao topo de sua carreira e que não pensa além do período de dois anos que tem à frente da Procuradoria-Geral da República.
— Cheguei ao ápice da minha carreira. Não faço projeto para além de dois anos — afirmou Aras.
O procurador-geral avaliará o pedido de abertura de inquérito contra o presidente, encaminhado pela Corte Suprema. Aras tem sido criticado por seus colegas por manter um relacionamento muito próximo a Bolsonaro, que lhe fez uma visita de supresa.