Outros líderes israelenses, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, endureceram o tom e chegaram ao ponto de ligar Biden ao Hamas, o que lhe valeu uma reprimenda do presidente de Israel, Isaac Herzog.

De acordo com as autoridades do enclave palestino, aos menos 49 corpos foram recuperados até o momento. "As equipes médicas localizaram uma terceira vala comum dentro do Complexo Médico Al-Shifa.

Os EUA, que estão tentando evitar uma invasão israelense a Rafah, disseram acreditar que uma proposta revisada de cessar-fogo do Hamas pode levar a um avanço nas negociações, que forma retomadas nesta quarta-feira no Cairo.

O Egito vem trabalhando intensamente para evitar uma incursão terrestre de Israel em Rafah, que poderia provocar um êxodo de palestinos em direção ao país africano, do outro lado da fronteira.

O principal entrave nas tratativas é que o Hamas exige garantias de um cessar-fogo duradouro e até definitivo, especialmente depois que libertar todos os reféns, porém Israel já deixou claro em diversas ocasiões que não pretende parar enquanto não derrotar o grupo fundamentalista.

Egito, Qatar e Estados Unidos tentaram, sem sucesso até o momento, concretizar um novo acordo para uma trégua em Gaza, depois de um cessar-fogo em novembro que permitiu a libertação de 80 reféns israelenses, trocados por 240 palestinos detidos nas prisões de Israel.

A proposta foi entregue ao Hamas por mediadores do Egito e do Qatar em conversações no Cairo, com o objetivo de encontrar uma saída para a guerra devastadora no enclave palestino, agora em seu sétimo mês.

Em nota, Israel se defendeu e afirmou ter conduzido uma operação "precisa" contra os terroristas que estavam escondidos dentro do hospital, e declarou que pelo menos 200 terroristas foram mortos. O Exército também informou que foram recuperados estoques de armas, explosivos e dinheiro.

O líder do braço armado do movimento islâmico palestino foi “eliminado num ataque complexo e preciso da Força Aérea, com base em inteligência do Exército e do Shin Beth”, o serviço secreto israelense, detalhou o contra-almirante.

Ao informar os parlamentares, Netanyahu disse que havia deixado "extremamente claro" para o presidente dos EUA, Joe Biden, "que estamos determinados a concluir a eliminação desses batalhões (do Hamas) em Rafah, e não há outra maneira de fazer isso a não ser entrando no terreno".

Ao menos 63 pessoas morreram nas últimas 24 horas, afirmou o ministério em um comunicado. O documento também sinalizou que 73.546 pessoas ficaram feridas desde o início do conflito em 7 de outubro.

O Hamas disse que a libertação inicial de israelenses incluiria mulheres, crianças, idosos e reféns doentes em troca da libertação de 700 a mil palestinos mantidos em prisões israelenses, segundo a proposta. A libertação de "recrutas do sexo feminino" israelenses está incluída.

O líder do Hamas apelou aos mediadores para que informem ao grupo islâmico o momento em que Israel estiver de fato empenhado em acabar com a guerra, retirar-se de Gaza e permitir o regresso das pessoas deslocadas para o Norte.

A opção por interromper as tratativas de paz, segundo o grupo, se deu diante das respostas de Israel ‘não atenderem às exigências mínimas apresentadas pelo grupo islamista’.

Blinken também pediu que Israel autorize a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza, ameaçada pela fome, e onde os Estados Unidos começaram a lançar alimentos de aviões.

O grupo fundamentalista islâmico acrescentou que divulgará os nomes dos demais quatro quando confirmar suas identidades. O número dos prisioneiros inimigos que foram mortos como resultado das operações militares do exército inimigo na Faixa pode passar de 70.

No centro de Gaza, as forças israelenses disseram ter eliminado combatentes e destruído, com a ajuda do corpo de engenharia, "dezenas de locais estratégicos pertencentes ao Hamas".

Os mediadores têm intensificado os esforços para garantir um cessar-fogo em Gaza, na esperança de evitar um ataque israelense à cidade de Rafah, onde mais de 1 milhão de pessoas deslocadas estão abrigadas, no extremo sul do enclave.

Esta é a primeira vez que o governo israelense estabelece um prazo para o ataque contra Rafah, a cidade onde estão refugiados 1,4 milhão dos 1,7 milhão de palestinos deslocados pela guerra.

Por Rui Martins - A demissão de 12 funcionários suspeitos de cumplicidade nos ataques a Israel não garante ao diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, sua permanência no cargo.