Reabilitado politicamente após um longo período no ostracismo, Dirceu adiantou a festa para a noite passada, uma vez que completa o círculo solar desde seu nascimento, em 1946, apenas no sábado.

Segundo levantamento da Associação Contas Abertas divulgado no fim de semana, o orçamento federal previsto para 2023 pelo governo Jair Bolsonaro para gestão de riscos e desastres, como principalmente de São Sebastião e Bertioga, é o menor em 14 anos.

O fim de semana passado, segundo Dirceu, “foi um exemplo do que deve ser feito, pela forma massiva como a população se manifestou em ruas e praças em todo o país. Temos que manter o espírito desta quinta-feira até domingo. É claro que vamos comemorar a vitória quando as urnas a confirmarem.

"O povo é contra o governo Bolsonaro pelo conjunto de sua obra e não só pelo desastre econômico que vivemos. Também pela alienação total da realidade da equipe econômica e do Banco Central, que na contramão do mundo persistem numa política de juros altos para conter a inflação, levando o país a uma estagflação", escreveu o ex-ministro José Dirceu.

É neste ponto que entra Ciro Gomes, segundo Dirceu. A desistência do pedetista deixaria Lula muito perto de derrotar o governo atual no primeiro turno. Para Dirceu, a "hora da verdade" de Ciro Gomes chegará. Ou seja, o momento em que o pedetista deverá optar por um projeto pessoal de poder ou por garantir a vitória da democracia sobre a barbárie.

No texto, o ex-ministro José Dirceu ressalta que “quem impõe a nós alianças com o centro é a correlação de forças e o adversário. Não depende de nós. O que nos resta é fazer todos os esforços e não desistir de, em primeiro lugar, unir as esquerdas numa federação e em torno da candidatura de Lula e de um programa de centro-esquerda".

José Dirceu tem afirmado que a chegada de Alckmin ajudaria a formar um bloco de resistência democrática mais sólido, que poderia fazer com que o presidente ou seus aliados desistissem de movimentos antidemocráticos. Se mesmo assim tentassem algo, encontrariam resistência baseada em uma base política mais ampla.

Para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), no entanto, o feitiço pode se voltar contra o feiticeiro. O analista político avalia que os atos antidemocráticos chamados por Bolsonaro, contra o STF, contra a Constituição e para chancelar as ameaças que faz ao Estado de Direito, podem ser grande revés para ele mesmo.

Para uma parcela consistente de seus aliados, enquanto Bolsonaro se preocupa em atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e propagar o discurso de um golpe militar, Lula trata de negociar as alianças necessárias.

"As críticas partem de fatos irrefutáveis. Mas também é fato que Bolsonaro é de extrema direita, autoritário e obscurantista. Não fosse o STF, o Congresso Nacional e a oposição de esquerda, Bolsonaro já seria ditador", afirma Dirceu.

Para Dirceu, abordar o significado de Bolsonaro exige maior capacidade de análise do que em momentos passados, como, por exemplo, o caráter político e eleitoral do ex-presidente Jânio Quadros.

Segundo José Dirceu, "não podemos desprezar que Bolsonaro, apesar da perda de apoio entre os partidos de centro-direita, na sociedade civil e mesmo entre grandes empresários, ainda conta com forte base social, fundamentalista e politizada”.

Os líderes petistas foram a uma festa organizada para o ex-presidente na capital do Paraná, no apartamento de um amigo no bairro Batel. Lula e Dirceu posaram para fotos e um vídeo, ao lado do vice-presidente do PT, o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP).