Reabilitado politicamente após um longo período no ostracismo, Dirceu adiantou a festa para a noite passada, uma vez que completa o círculo solar desde seu nascimento, em 1946, apenas no sábado.
Por Redação - de Brasília
Recuperado de uma pneumonia, o ex-ministro-chefe da Casa Civil no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o advogado José Dirceu reuniu, para o aniversário de 78 anos, expoentes da política brasileira dos mais variados matizes.
Reabilitado politicamente após um longo período no ostracismo, Dirceu adiantou a festa para a noite passada, uma vez que completa o círculo solar desde seu nascimento, em 1946, apenas no sábado.
Entre os convidados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, compareceu à festa com a mulher, Ana Estela. Ele e outros dez ministros do governo Lula passaram para um abraço ao ‘comandante’, como Dirceu é conhecido junto à militância petista; inclusive o ministro indicado pela parcela mais à direita no Congresso, conhecido como ‘Centrão’, Juscelino Filho (Comunicações), do União Brasil.
Grupo de rock
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, também compareceram à festa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O anfitrião, o advogado Marcos Meira, ofereceu os drinks, os salgadinhos e a presença de um grupo de rock para animar o ambiente, junto com um grupo de colegas.
Condenado em 2012, no âmbito do escândalo conhecido como ‘mensalão’ a 7 anos e 11 meses de cadeia, mais multa, Dirceu foi recolhido à cela em 15 de novembro de 2013. Cerca de um ano depois, a Justiça o autorizou a cumprir o restante da pena prisão domiciliar. Três anos depois, Dirceu teve a pena comutada e extinta.
Entre os grupos formados durante a festa, segundo apuraram as colunistas Bela Megale, do diário conservador carioca O Globo, e a colunista do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP) Mônica Bergamo, o ex-presidente do PT, Rui Falcão, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, conversaram sobre a decisão do presidente Lula de desarticular os atos oficiais em memória dos 60 anos do golpe de 1964.
Articulação
“Falcão opõe-se à orientação de Lula e Múcio a defende, sob o argumento que eventos críticos aos militares têm potencial de reabrir feridas recém-cicatrizadas com a caserna. Depois da conversa, os dois concordaram em se reunir futuramente. Ao se aproximar do grupo, sem ter conhecimento do tema em pauta, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), elogiou Múcio e o chamou de ‘homem da paz”, relatou Bergamo.
Esperado para o convescote, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou depois das 23h, pouco antes do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Lira tem feito diversas críticas nos bastidores a Padilha, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto. “Quando estava de saída, mesmo próximo a Padilha, Lira saiu sem se despedir do ministro”, reparou a colunista.
Pré-candidato
“Haddad ficou parte da festa em uma mesa no canto da sala, ao lado da esposa, Ana Estela, e de integrantes do Ministério da Fazenda. O ministro optou por deixar a festa por uma porta lateral, evitando percorrer o salão num momento em que Prates (Petrobras) era cercado por jornalistas. Aos convivas, Dirceu defendeu o desempenho de Haddad à frente da economia”, acrescentou.
Possível candidato à Câmara, em 2026, Dirceu recebeu ainda quatro pré-candidatos à presidência da Casa, mas só Elmar Nascimento (União-BA) permaneceu até a madrugada desta quinta-feira.