Em vídeo, Bolsonaro admite que já deu ‘uns sopapos’ em mulher

Arquivado em:
Publicado Sexta, 07 de Outubro de 2022 às 14:41, por: CdB

A declaração ocorreu durante o extinto programa CQC, da Rede Band de Televisão. O programa promoveu, durante o período em que esteve no ar, a ascensão do bolsonarismo no país ao garantir visibilidade semanal ao então deputado extremista.


Por Redação - de São Paulo

Em vídeo publicado nesta sexta-feira nas redes sociais do deputado André Janones (Avante-MG), o presidente Jair Bolsonaro (PL), aparentemente ligado a um detector de mentiras, admite que deus uns “sopapos” em mulher. Janones publicou a gravação em suas redes sociais, nesta manhã, com uma compilação de vários ataques, em ocasiões diferentes, do mandatário neofascista às mulheres.

bolsonaro-mulher.jpg
Bolsonaro (PSL-RJ) ameaça a deputada Maria do Rosário (PT-RS) de agressão física


A declaração ocorreu durante o extinto programa CQC, da Rede Band de Televisão. O programa promoveu, durante o período em que esteve no ar, a ascensão do bolsonarismo no país ao garantir visibilidade semanal ao então deputado extremista.
Assista ao vídeo publicado por Janones:



Longo histórico


Misógino é o termo usado para descrever o indivíduo que não respeita nem valoriza as mulheres. Ao longo da vida, Bolsonaro deu várias mostras de que é um desses sujeitos. Em sua trajetória, há pelos menos dois casos de agressão física (admitidos por ele mesmo) e inúmeros comportamentos desrespeitosos e ofensivos contra mulheres.

Conhecer esse caráter, certamente, ajuda a compreender por que Bolsonaro tomou tantas medidas contrárias aos interesses das mulheres, como a extinção da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), criada durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003; além do veto à lei que prevê a distribuição de absorventes higiênicos para estudantes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias, da deputada Marília Arraes (PT-PE).

Em 27 de agosto de 1998, Bolsonaro acertou um murro na cabeça de uma mulher, durante campanha eleitoral para se reeleger deputado federal. Bolsonaro esmurrou por trás a cabeça de Conceição Aparecida, então funcionária da Planajur, empresa de consultoria jurídica que prestava serviços para o Exército.

Racismo


Conceição discutiu com uma apoiadora de Bolsonaro e acabou esmurrada pelo então deputado. Além disso, o dono da empresa, Jorge dos Santos, contou ter sido agredido por seguranças. Na época, o Jornal do Brasil noticiou a agressão, e o próprio Bolsonaro admitiu ao jornal ter cometido a violência.

Já em março de 2011, o parlamentar ofendeu a cantora Preta Gil. Bolsonaro participava de um programa de tevê no qual respondia perguntas enviadas por diferentes personalidades. A cantora Preta Gil havia gravado a seguinte questão ao então deputado federal: “Deputado Jair, se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?”.

Bolsonaro respondeu:

— Ô, Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. E meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu.

Desculpas


No mesmo ano, em julho, a ex-mulher do hoje candidato à reeleição denunciou ter sido ameaçada de morte por ele. A Embaixada do Brasil na Noruega entrou em contato com Ana Cristina Valle, mãe do quarto filho de Bolsonaro, Jair Renan. O vice-cônsul da representação questionou por que Ana Cristina havia se mudado para o país europeu com o filho, então adolescente, sem uma autorização expressa do pai.

Ela, então, disse que havia sido ameaçada de morte por Bolsonaro e questionou se poderia pedir asilo na Noruega. A afirmação de Ana Cristina foi registrada em uma comunicação diplomática.

Três anos depois, em dezembro de 2014, no Plenário da Câmara, Bolsonaro atacou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) e todas as mulheres, pelo qual acabou condenado, pagou multa e teve de pedir desculpas publicamente.

Feministas


Maria do Rosário acabara de fazer um discurso defendendo que os torturadores da ditadura militar fossem responsabilizados. Bolsonaro, que sempre defendeu torturadores, tomou a palavra em seguida e se dirigiu à deputada de maneira agressiva:

— Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Há poucos dias, você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir.

Maria do Rosário não se intimidou e processou Bolsonaro, que acabou condenado por danos morais, teve de pagar multa e ainda precisou pedir desculpas publicamente. A multa paga por Bolsonaro foi doada por Maria do Rosário a sete entidades de defesa dos direitos das mulheres. Ao fazer a doação, de mais de R$ 20 mil, a deputada celebrou.

— O dinheiro do machista vai para as feministas — concluiu.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo