Publicado Segunda, 01 de Abril de 2019 às 08:50, por: CdB
O Reino Unido deveria ter deixado o bloco europeu na última sexta-feira, mas optou por solicitar uma prorrogação do prazo, devido à não aprovação parlamentar de um acordo de separação.
Por Redação, com Reuters e DW - de Londres
A primeira-ministra britânica, Theresa May, deixou claro que o Reino Unido precisa se fortalecer após o referendo de 2016 do Brexit, disse o porta-voz da premiê quando questionado sobre os comentários de um parlamentar conservador a respeito da inevitabilidade de um Brexit mais brando após a eleição de 2017.
Premiê britânica, Theresa May
Mais cedo, Julian Smith, um dos líderes do Partido Conservador, disse à BBC que a perda da maioria de May na eleição de 2017 “inevitavelmente” levaria o governo a aceitar um Brexit mais brando e que os ministros de May haviam demonstrado ser “o pior exemplo de disciplina” na história política britânica.
– A primeira-ministra deixou claro que havia uma necessidade de unir novamente o país após a votação do Brexit, e é isso que eles (o governo) estão tentando alcançar – disse o porta-voz de May disse a repórteres.
– Esse é um assunto que desperta fortes emoções nos membros do Parlamento de todos os lados do debate, eu acho que o que é importante é todos no governo continuarem a trabalhar em prol do objetivo de fornecer um veredicto do referendo.
Petição anti-Brexit
A petição lançada na Internet que pede o cancelamento do Brexit ultrapassou 6 milhões de assinaturas no domingo, tornando-se a iniciativa popular mais votada no Reino Unido. De acordo com os regulamentos vigentes, a petição será debatida na segunda-feira pelos deputados britânicos, num ato meramente simbólico, pois não haverá votação.
Em sua resposta recente aos signatários, o Executivo britânico já assinalou que não tem intenção de cancelar a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que em 29 de março de 2017 deu início às negociações com Bruxelas para a saída do Reino Unido da União Europeia. “Honraremos o resultado do referendo de 2016 e trabalharemos com o Parlamento para aprovar um acordo que garanta a saída da UE”, prosseguiu Londres, alegando que a revogação do artigo “enfraqueceria a democracia”.
No auge do interesse dos cidadãos, a iniciativa no site do governo e do Parlamento britânico chegou a atrair 2 mil assinaturas por minuto. O maior pico ocorreu depois do muito criticado discurso em que a primeira-ministra Theresa May culpou os deputados pelo fracasso do acordo proposto por ela na Câmara dos Comuns, em 20 de março.
A petição foi promovida no fim de fevereiro pela ex-professora universitária britânica Margaret Anne Georgiadou, que tanto já sofreu ameaças de morte, como foi supostamente vítima de hackers, que postaram em sua conta do Facebook ameaças de matar May a tiros “em nome do patriotismo”.
O Reino Unido deveria ter deixado o bloco europeu na última sexta-feira, mas optou por solicitar uma prorrogação do prazo, devido à não aprovação parlamentar de um acordo de separação. May planeja submeter sua proposta a votação pela quarta vez nesta semana, enquanto os deputados tentarão chegar ao consenso através de uma via alternativa, na segunda-feira. Uma petição que pedia um segundo referendo, após a vitória do Brexit em 23 de junho de 2016, reuniu 4,2 milhões de assinaturas.