Os investigadores descobriram, nos dados financeiros da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz, que ele depositou um total de R$ 72 mil em 21 cheques. Já Márcia Aguiar, mulher de Queiroz, repassou R$ 17 mil para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de janeiro a junho de 2011.
Por Redação - de Brasília
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o decano Marco Aurélio Mello confirmou, nesta terça-feira, o envio para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) dos R$ 89 mil depositados pelo policial militar Fabrício Queiroz e a mulher dele, Márcia Aguiar, na conta de Michelle Bolsonaro, entre 2011 e 2016.
Os investigadores descobriram, nos dados financeiros da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz, que ele depositou um total de R$ 72 mil em 21 cheques. Já Márcia Aguiar repassou R$ 17 mil para Michelle Bolsonaro de janeiro a junho de 2011.
Queiroz
Um conjunto menor de cheques para a primeira-dama, no total de R$ 24 mil, fora identificado em 2018 no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central (BC). Bolsonaro, à época, se defendeu e admitiu que teria feito um empréstimo para Queiroz, embora o comprovante não conste das contas bancárias de Queiroz ou de Márcia Aguiar.
Após a quebra de sigilo de Queiroz autorizada pela Justiça, autoridades verificaram que o ex-assessor recebeu R$ 6,2 milhões em suas contas entre 2007 e 2018. Do total, R$ 1,6 milhão seriam salários recebidos como PM e como assessor na Alerj, onde era funcionário de Flávio Bolsonaro.
Outros R$ 2 milhões teriam vindo de 483 depósitos de servidores do gabinete do parlamentar, o que indicaria o esquema de rachadinha. Outros R$ 900 mil foram depositados em dinheiro, sem identificação do depositante.
Desvio
A primeira-dama também é alvo de um parecer de técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), que mostra indícios de “potencial prejuízo ao erário” na doação de R$ 7,5 milhões da Marfrig para o programa Pátria Voluntária, liderado por ela. Michelle Bolsonaro recebeu dinheiro de doação para compra de testes contra covid-19 mas o dinheiro foi usado em outros projetos
O governo do presidente Jair Bolsonaro, segundo o parecer, desviou a finalidade da verba da empresa doada especificamente para a compra de testes rápidos da covid-19 e repassou o recurso ao programa coordenado por Michelle.
Em 23 de março de 2020, a Marfrig, um dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, anunciou que doaria esse valor ao Ministério da Saúde para a compra de 100 mil testes rápidos do novo coronavírus.