Senadora ameaçada de morte passa contar com escolta policial

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Publicado Sexta, 20 de Outubro de 2023 às 18:23, por: CdB

A parlamentar foi a responsável por pedir o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 60 pessoas no seu relatório final da CPI. Gama terá o acompanhamento de policiais legislativos o tempo todo, seja em Brasília ou no seu Estado, o Maranhão.


Por Redação - de Brasília

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) concedeu escolta 24 horas por dia à senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro (8/1), após ela receber ameaças de morte.

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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) relatora da CPMI do 8/1, que indiciou Jair Bolsonaro como mentor do golpe fracassado


— Diante de tudo o que recebi de ameaças, eu preciso de um apoio e uma defesa. E quero solicitar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que assegure uma proteção a mim e à minha família — afirmou a senadora na véspera, dia da votação do relatório.

A parlamentar foi a responsável por pedir o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 60 pessoas no seu relatório final da CPI. Gama terá o acompanhamento de policiais legislativos o tempo todo, seja em Brasília ou no seu Estado, o Maranhão. Além da escolta, a equipe da senadora também encaminhou à Polícia Federal mensagens de ameaça à integridade e os perfis que a atacaram nas redes sociais.

 

Investigação


O relatório que a senadora assina foi aprovado por 20 votos contra 11 na última quarta-feira. A CPI pretende encaminhar agora o resultado da investigação parlamentar a oito órgãos diferentes. Além de Jair Bolsonaro, a lista com pedidos de indiciamento inclui o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-diretor da Polícia Federal Rodoviária (PRF) Silvinei Vasques, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa); além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

A maior parte destes e de outros indiciados é acusada dos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado. O relatório aprovado pede que Bolsonaro seja indiciado pelos crimes de associação criminosa; tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito; tentativa de depor governo legitimamente constituído; e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.

 

‘Patriotas’


A relatora argumentou que o nome de Bolsonaro foi citado por pessoas próximas a ele e que os golpes modernos não usam soldados, cabo ou tanques, mas ocorrem por "disseminação de mentiras e propagação de ódio", especialmente em ambiente digital, usando, inclusive, símbolos nacionais.

— A bandeira nacional foi usada como insígnias e símbolos nacionais uniformizaram os que se diziam patriotas — disse a relatora ao afirmar que tentativas de golpe se instrumentalizam por meio da formação de "forças paramilitares que preparam, arregimentam e armam forças milicianas", de forma a fazer com que o golpe não pareça golpe.

Sobre a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe, Eliziane Gama afirmou que, desde o primeiro dia de governo, o ex-presidente "atentou contra as instituições democráticas", mas que, antes mesmo de ser eleito, "alimentou a violência dos brasileiros contra qualquer um que discordasse minimamente dos ideais bolsonaristas".

— Bolsonaro proferiu, ao longo da carreira, discursos no qual dizia que, pelo voto, nada se mudaria no país, e que seria necessário uma guerra civil com pelo menos 30 mil mortes no país. Além disso, questionou a urna eletrônica, dizendo que ela seria sujeita a fraude, sem apresentar qualquer embasamento fático ou concreto — resumiu a relatora.

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