Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 2024

Possível delação de Cid tende a aprofundar envolvimento de Bolsonaro

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Sexta, 08 de Setembro de 2023 às 19:23, por: CdB

Pouco antes, a defesa de Mauro Cid enviou um termo de intenção de delação premiada ao STF, o que tende a implicar, diretamente, o ex-presidente. Agora, o parecer sobre a proposta de delação deve ser feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e, em seguida, aceito ou não pelo ministro Alexandre de Moraes.


Por Redação, com BdF - de Brasília

Ao assinar um termo de intenção de delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, entrou com um pedido de liberdade provisória no Supremo Tribunal Federal (STF). A solicitação está em análise pelo ministro Alexandre de Moraes, que é relator nos inquéritos em que Mauro Cid é citado. Se concedida, a liberdade provisória deverá se estender até que o julgamento seja encerrado.

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O tenente-coronel Mauro Cid cumpria as ordens do então mandatário neofascista Jair Bolsonaro


Pouco antes, a defesa de Mauro Cid enviou um termo de intenção de delação premiada ao STF, o que tende a implicar, diretamente, o ex-presidente. Agora, o parecer sobre a proposta de delação deve ser feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e, em seguida, aceito ou não pelo ministro Alexandre de Moraes.

A delação premiada envolve não somente depoimentos, mas a apresentação de provas contra o ex-ajudante de ordens e terceiros. Se o acordo for homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, Mauro Cid será obrigado a renunciar ao direito ao silêncio nos próximos depoimentos.

 

Golpe de Estado

Sua colaboração deverá envolver, diretamente, o ex-presidente Bolsonaro em mais de um esquema de crimes: o transporte e a venda ilegal de presentes recebidos de delegações estrangeiras, como as joias sauditas; fraude em cartões de vacinação; invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto; e a tentativa de golpe de Estado.

Mauro Cid está preso preventivamente desde 3 de maio deste ano no Batalhão do Exército de Brasília suspeito de fraudar carteiras de vacinação do ex-presidente e de sua filha, Laura Bolsonaro, para a inserção de doses de covid-19 nos registros. A Polícia Federal (PF), na ocasião da Operação Venire, apreendeu o celular do tenente-coronel, onde encontrou indícios de outros crimes.

Além de mensagens trocadas entre oficiais do Exército e reservistas sobre o papel das Forças Armadas contra o resultado das eleições presidenciais do ano passado, foi encontrada a minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que poderia embasar um golpe de Estado.

Ainda nesta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou a soltura do ex-segurança e ex-assessor de Bolsonaro Max Guilherme Machado de Moura, ex-policial e muito próximo do ex-mandatário, que inclusive esteve com o chefe em sua viagem aos EUA.

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