Pesquisa aponta polarização e inviabilidade da ‘Terceira Via’

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Publicado Segunda, 25 de Abril de 2022 às 12:01, por: CdB

O estudo revela, ainda, que resta pouco espaço para a ‘Terceira Via’. No principal cenário, Lula tem 41%, seguido por Bolsonaro, com 32%, Ciro Gomes (PDT) com 9% e João Doria (PSDB) e André Janones (Avante), ambos com 3%. Simone Tebet (MDB) e Vera Lúcia (PCB) têm 1% cada.

Por Redação - de São Paulo
O jantar que reuniria dirigentes e candidatos dos partidos que compõem a chamada ‘Terceira via’, programado para esta segunda-feira, foi adiado após a divulgação da pesquisa contratada pelo banco de investimentos BTG Pactual ao Instituto FSB confirma a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL).
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O governador de São Paulo, João Doria, mantém a rota de colisão com o ex-colega gaúcho, Eduardo Leite
Apesar da presença confirmada dos presidentes partidários Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB), Roberto Freire (Cidadania) e Antônio Rueda (vice-presidente do União Brasil), “a reunião será remarcada”, disse o porta-voz do PSDB, em nota encaminhada ao Correio do Brasil. “A impossibilidade de participação dos pré-candidatos Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) pede o adiamento do encontro”, justificou. “Nova reunião será agendada para possibilitar a presença de todos (PSDB, MDB, União Brasil e Cidadania). A pauta prevista é a discussão de critérios e caminhos para um projeto único de esperança para o Brasil e para os brasileiros. De acordo com João Doria, pré-candidato pelo PSDB, "separados seremos derrotados e isso só interessa aos extremistas". E completou: "O momento exige união, serenidade, equilíbrio e convergência”, acrescentou o comunicado.

‘Voto útil’

O estudo revela, ainda, que resta pouco espaço para a ‘Terceira Via’. No principal cenário, Lula tem 41%, seguido por Bolsonaro, com 32%, Ciro Gomes (PDT) com 9% e João Doria (PSDB) e André Janones (Avante), ambos com 3%. Simone Tebet (MDB) e Vera Lúcia (PCB) têm 1% cada. A pesquisa também revela que os votos em Lula e Bolsonaro estão consolidados. Para 82% dos eleitores entrevistados, a certeza é absoluta quanto ao voto, nas eleições. Nos dois casos, dizem que não votarão em outro candidato. É bem diferente do que ocorre, por exemplo, no caso de Ciro Gomes, em que apenas 39% dizem ter certeza do voto. Ou seja, Ciro pode ser prejudicado pelo “voto útil”. O mesmo ocorre com Doria, em que apenas 26% têm certeza do voto.  Sobre o segundo turno, também caiu a diferença entre Lula e Bolsonaro. Em março, Lula tinha 54% e Bolsonaro 35%, diferença de 19 pontos. Hoje, Lula tem 52% e Bolsonaro 37%, uma diferença de 15 pontos. Foram entrevistados 2 mil eleitores entre sexta e domingo. A pesquisa foi registrada no TSE, com a margem de erro em dois pontos percentuais.

João Doria

Diante das incertezas que pairam sobre o pacto para uma candidatura da ‘Terceira Via’, tucanos avaliam que a convenção do PSDB — ainda sem data marcada — deve reacender as divisões da sigla e colocar em xeque a homologação da candidatura presidencial de Doria. Integrantes da direção nacional tucana veem risco de insistência de Doria e seu grupo político por uma candidatura própria, mesmo que os partidos de centro decidam por outro nome na corrida presidencial. Mesmo após o recuo tático do ex-governador gaúcho Eduardo Leite, que, na última sexta-feira, anunciou apoio ao colega paulista, tucanos do alto escalão entendem que Doria ainda pode ser barrado na convenção. Uma eventual saída do PSDB da disputa presidencial representaria fato inédito na história da legenda, que, desde a sua fundação, sempre teve representante na disputa pelo Planalto. Em seis das oito disputas desde 1989, o PSDB foi protagonista, com duas vitórias e quatro segundos lugares. As convenções, que ocorrerão nacionalmente entre 20 de julho e 5 de agosto, são a etapa na qual os partidos oficializam seus candidatos. No PSDB, o estatuto partidário prevê uma votação secreta, por maioria simples. O colégio eleitoral é composto por 177 membros da direção nacional (deputados federais, governadores e filiados) e por mais cerca de 400 delegados eleitos pelos diretórios estaduais. O peso mais elevado é para os Estados que têm mais deputados e senadores no Congresso.
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