Partido de ex-presidente omite dados financeiros em relatório ao TSE

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Publicado Quarta, 13 de Setembro de 2023 às 18:38, por: CdB

Levantamento feito pelo Movimento Transparência Partidária mostra que o PL declarou um gasto de R$ 448 milhões no ano passado. O pleito foi marcado pela tentativa de Bolsonaro de se reeleger, mas o ex-mandatário neofascista terminou derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Por Redação - de Brasília

Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL deixou de declarar informações importantes ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentou dados errados sobre a movimentação financeira da legenda, referente ao ano eleitoral de 2022. De acordo com a área técnica do TSE, a sigla omitiu receitas do fundo eleitoral e não incluiu a “documentação comprobatória de origens e aplicações” no sistema de prestação de contas partidárias.

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga ação contra elegibilidade de Jair Bolsonaro (PL)


Levantamento feito pelo Movimento Transparência Partidária mostra que o PL declarou um gasto de R$ 448 milhões no ano passado. O pleito foi marcado pela tentativa de Bolsonaro de se reeleger, mas o ex-mandatário neofascista terminou derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A maior parte dos recursos é dinheiro público dos fundos partidário e eleitoral. O TSE, porém, somente recebeu notas fiscais que totalizam R$ 41 milhões, ou seja, apenas 8% do total da despesa informada.

O PL é presidido pelo ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, um dos condenados no processo do chamado ‘mensalão’ (a Ação Penal 470). Procurado pela mídia conservadora, o representante legal do PL preferiu não se manifestar. Pela legislação eleitoral e a Constituição, todos os partidos políticos são obrigados a apresentar prestação de contas anuais à Justiça. O prazo para a entrega dos dados relativos ao ano passado terminou em 30 de junho deste ano.

 

Verbas públicas


A agremiação partidária de Bolsonaro apresentou ao TSE petições nas quais requer a abertura da sua prestação de contas. Os técnicos do Tribunal também registraram que o PL não apresentou o extrato bancário do instituto do partido, chamado Álvaro Valle. A organização movimentou recursos públicos do fundo partidário. A sigla tem agora até o dia 18 para que o PL apresente as informações que faltam.

A análise conclusiva dos informes do PL, porém, pode ficar para 2027, devido à morosidade da Justiça. Se comprovado o uso irregular das verbas públicas, o TSE poderá determinar a devolução dos recursos, acrescido de multa. Em 2017, o TSE determinou às siglas partidárias a devolução de pelo menos R$ 40 milhões aos cofres públicos, somados em ressarcimentos e multas.

 

Anistia


No total, 19 partidos tiveram suas contas de 2017 reprovadas pela Corte: PTB, PMN, Cidadania, Avante, PCB, Solidariedade, PRTB, PCO, PSC, Agir, PV, PMB, DC, PSTU e Rede, além de Pros (incorporado pelo Solidariedade), PHS, (incorporado ao Podemos), PPL (incorporado ao PCdoB), PRP (incorporado ao Patriota).

Desde então, o Congresso Nacional passou a intensificar a corrida para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023, que prevê uma anistia aos partidos que violaram as prestações de contas anuais e eleitorais.

As legendas que não preencheram a cota mínima de recursos destinados à raça e gênero também têm interesse no processo de anistia. A PEC conta com apoio da oposição e da base do governo e, em maio, a medida foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde permanece em análise dos parlamentares.

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