Meia-volta volver do presidente não passa de um ‘jogo de dissimulação’

Arquivado em:
Publicado Sexta, 10 de Setembro de 2021 às 13:50, por: CdB

Mauro Menezes, no entanto, acredita que tudo não passa de uma “conduta dissimulada” por parte de Bolsonaro. Atitudes, contudo, que visam a manter, com “idas e vindas”, a mobilização da base mais radical. O intuito, no entanto, é fragilizar as instituições democráticas e abrir caminho para a sua permanência no poder.

Por Redação - de São Paulo
Ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República e integrante do grupo Prerrogativas, o advogado Mauro Menezes classificou como um “jogo de dissimulação” a “Declaração à Nação“, publicada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na véspera. Redigida pelo ex-presidente Michel Temer, a carta foi considerada uma espécie de pedido de desculpas às investidas contra a democracia, em especial ao Supremo Tribunal Federal (STF), no 7 de Setembro.
temer-bolso.jpg
O ex-presidente de facto Michel Temer foi chamado ao Planalto, para escrever a carta de Bolsonaro
Menezes, no entanto, acredita que tudo não passe de uma “conduta dissimulada” por parte de Bolsonaro. São atitudes, contudo, que visam a manter, com “idas e vindas”, a mobilização da sua base mais radical. O intuito, no entanto, é fragilizar as instituições democráticas, com o objetivo de abrir caminho para a sua permanência no poder. — A democracia brasileira está em risco. E todos aqueles que realmente creem na importância de manter o regime democrático no país não podem considerar que crimes graves como esses possam ser desculpados ou esquecidos — disse o jurista à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).

Manobras

Menezes também classificou Bolsonaro como “inimigo da democracia”, “inimigo da Constituição”, que age “diuturnamente” contra as instituições da República. — E não há meio caminho, ou mediação possível com aquele que descumpre a Constituição, com aquele que é inimigo da democracia, e quer destruir o sistema legal — acrescentou. Segundo o advogado, em uma crítica direta ao ex-presidente de facto Michel Temer, ele “abdicou há muito tempo” da sua condição de respeitabilidade como jurista. Nesse sentido, lembrou que Temer atuou às margem da Constituição, ao urdir o golpe do impedimento contra a presidenta deposta Dilma Rousseff. Menezes também responsabiliza Temer pela “desconstrução” das instituições democráticas e das políticas públicas “que nos levaram a Bolsonaro”. — O aparecimento dele ao lado de Bolsonaro, inclusive quando o presidente do seu partido (MDB) havia sinalizado apoio ao impeachment, revela que ele (Temer) permanece atado a manobras e subterfúgios sombrios — conclui.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo