Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 2024

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro depõe novamente na PF

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Sexta, 30 de Junho de 2023 às 13:52, por: CdB

As mensagens encontradas pela PF no celular de Mauro Cid foram tornadas públicas pelo ministro Alexandre de Moraes. Elas apontam para a elaboração de um plano de golpe com decretação de estado de sítio.


Por Redação, com ABr - de Brasília


O ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid prestou nesta sexta-feira, depoimento à Polícia Federal. Preso desde o dia 3 de maio, o militar será questionado sobre as mensagens e documentos com teor golpista encontrados em seu celular.




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Mauro Cid foi questionado sobre mensagens com teor golpista

A prisão de Mauro Cid, no entanto, se deve a outra investigação: a falsificação da carteira de vacinação dele e do ex-presidente da República, além de familiares seus e de Bolsonaro.


Já o depoimento desta sexta-feira está no âmbito do inquérito aberto para investigar a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por apoiadores do ex-presidente, inconformados com sua derrota nas eleições presidenciais de outubro.


As mensagens encontradas pela PF no celular de Mauro Cid foram tornadas públicas pelo ministro Alexandre de Moraes. Elas apontam para a elaboração de um plano de golpe com decretação de estado de sítio, suspensão da atual ordem constitucional, possível afastamento de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a convocação de novas eleições.


Havia também diálogos com outros militares da ativa, nos quais eram apresentadas supostas justificativas para um possível golpe.



Relatório da PF


Relatório de investigação produzido pela Polícia Federal informa que as mensagens mostram Cid reunindo documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado. Nelas, o militar teria compartilhado um documento com instruções para declaração de Estado de Sítio diante de "decisões inconstitucionais do STF".


“O investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das Forças Armadas, em caráter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República”, diz o relatório.


Os documentos mostram também um diálogo entre Mauro Cid e o coronel do Exército Jean Lawand, no dia 1° de dezembro do ano passado.


– Cidão, pelo amor de Deus, faz alguma coisa. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente (Bolsonaro) vai ser preso. E, pior: na Papuda – escreveu Lawand.


Em seguida, Cid respondeu: "Mas, o PR não pode dar uma ordem se ele não confia no ACE (Alto Comando do Exército)”.



Outro lado


Em diversas oportunidades, a defesa de Mauro Cid tem dito que "as manifestações defensivas" serão feitas somente no processo em andamento no STF.


À Agência Brasil tentou contato com os advogados, para falarem especificamente sobre o depoimento de hoje, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.




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