Lula viaja a Minas e encontra adversário para conversa política

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Publicado Quarta, 07 de Fevereiro de 2024 às 18:59, por: CdB

À tarde, Lula desembarcou pela primeira vez no atual mandato, na capital mineira, para uma visita de dois dias ao Estado, decisivo na sua vitória para um terceiro turno à frente do Palácio do Planalto.


Por Redação - de Belo Horizonte e Rio de Janeiro

Antes de embarcar para Belo Horizonte, em uma agenda política sensível para os planos de pacificar o país, atualmente dividido entre petistas e bolsonaristas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na manhã desta quarta-feira, da inauguração do Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado e do Instituto Federal do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro e afirmou que o Estado tem “obrigação” de garantir oportunidades a toda a população.

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Lula desembarcou na capital mineira, nesta tarde, sob forte chuva


— Esse país não tem mais volta. Ou a gente aposta verdadeiramente que através da educação a gente vai salvar esse país, ou a gente vai ficar na mediocridade de ter uma minoria de pessoas que podem mandar seus filhos estudarem em Londres, em Chicago, e ter a maioria que sabe que a criança vai desistir da escola para ter que trabalhar, para vender coisa na rua. Então tem gente que não precisa do Estado. Mas tem muita gente que precisa, e é para essa gente que o Estado tem que existir. O Estado tem obrigação de garantir oportunidade para que todas as pessoas possam vencer na vida — pontuou.

O presidente também afirmou que seu governo tem como objetivo transformar a sociedade brasileira em uma sociedade de classe média.

— Eu queria que houvesse a compreensão dos setores mais altos da sociedade de que o que a gente está fazendo é tentar levar a sociedade brasileira a subir um degrau na classe social. Ninguém gosta de ser pobre, de morar mal, de comer mal, de estudar mal. A gente gosta de coisa boa — acrescentou.

 

Romeu Zema


À tarde, Lula desembarcou pela primeira vez no atual mandato, na capital mineira, para uma visita de dois dias ao Estado, decisivo na sua vitória para um terceiro turno à frente do Palácio do Planalto. Entre os compromissos agendados está uma reunião com o governador Romeu Zema (Novo) que acontecerá a pedido do chefe do Poder Executivo do Estado.

Em BH, Lula chega à terceira agenda em Estados governados pela oposição, em menos de uma semana. O presidente esteve com Tarcísio Freitas (Republicanos) na sexta-feira, em Santos (SP); e com Claudio Castro (PL) na terça-feira, em Magé (RJ) e Belford Roxo (RJ).

Mesmo tendo vencido por uma pequena margem a eleição em Minas, Lula passou seu primeiro ano de mandato sem visitar o Estado. O presidente teve 50,90% dos votos válidos, contra 49,10% de Jair Bolsonaro (PL). Na capital, porém, Bolsonaro venceu o presidente eleito por 54,25% a 45,75% dos votos válidos.

 

Investimentos


Lula anunciará, nesta quinta-feira, um modelo inovador para a concessão da BR-381, trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, na região leste de Minas, e fará balanço sobre investimentos feitos até agora pelo governo federal no Estado.

Zema, na reunião com o presidente, que até esta manhã não tinha local confirmado, quer falar sobre a dívida de R$ 160 bilhões do Estado com a União e a chamada repactuação do acordo da tragédia na cidade de Mariana, ocorrida em 2015. Não há agenda oficial do presidente na capital nesta quarta-feira. Zema está em Brasília e tem compromisso em Belo Horizonte, às 16h.

O encontro entre Lula e Zema será o primeiro, presencialmente, entre os adversários políticos. Reuniões passadas ocorreram em Brasília com outros governadores ou com auxiliares do presidente. A dívida do Estado com a União é um ponto de tensão e foi motivo de desentendimentos, de parte a parte.

 

Mariana


O impasse entre o governo e Zema para o fechamento do acordo referente à tragédia de Mariana também está na pauta do encontro.

O valor que as mineradoras responsáveis pela tragédia querem pagar, R$ 42 bilhões, é bem abaixo dos R$ 126 bilhões que constam nos cálculos dos governos e da União.

Outro problema é o destino dos investimentos. A União quer que todo o recurso seja aplicado na área atingida, enquanto o governo de Minas quer destinar o dinheiro para obras em todo o Estado mineiro.

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