Lula conversa com religiosos, em busca de apoio na reta final

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Publicado Terça, 18 de Outubro de 2022 às 10:55, por: CdB

Lula atribuiu essa situação ao avanço da extrema direita mundial. E disse que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), representa esse segmento “raivoso” da sociedade.

Por Redação - de São Paulo
O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu na noite passada com cerca de 200 líderes religiosos da Igreja Católica. No encontro, Lula afirmou que o Brasil, que era reconhecido pela alegria, foi tomado pelo “ódio”. Nesse sentido, ele atribuiu essa situação ao avanço da extrema direita mundial. E disse que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), representa esse segmento “raivoso” da sociedade. Como exemplo, citou hostilidade contra bispos e padres durante a última quarta-feira, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
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Lula, ao lado de influenciadora católica e da mulher, Janja (D), conversa sobre a fé na política
— Tenho lido notícias de padres que são atacados durante a missa, porque estão falando da fome, da pobreza. Porque estão falando da democracia. São atacados por pessoas que sempre conviveram com a gente. Mas a gente não sabia que essas pessoas tinham tanto ódio dentro delas. E esse ódio é como se fosse um casulo que foi aberto — afirmou o ex-presidente.

Nova ‘Classe C’

Parte desse ódio, de acordo com o candidato, se deve ao preconceito produzido em função da ascensão dos mais pobres. Ele disse que durante seu governo, o país chegou a viver “um momento de rara felicidade”. Com a ascensão da chamada então chamada “nova classe C”, mais pessoas passaram a viajar de avião, por exemplo, e a frequentar locais que, até então, eram de uso exclusivo das elites e da classe média alta. “A elite começou a dizer que os aeroportos tinham virado rodoviária. Incomodou. Como incomoda os pobres quererem vir tomar banho de sol no Parque do Ibirapuera. Ou seja, há um preconceito contra a ascensão dos mais pobres. Mesmo que você não queira tirar nada dos outros, mas só pelo fato do pobre chegar perto de você, já causa um certo pânico”, afirmou.

Participação

Apesar do cenário adverso, Lula se diz tranquilo sobre “ganhar as eleições”, mas observa que precisa contar com a participação da sociedade para fazer as mudanças de que o Brasil precisa. Por exemplo, em relação ao orçamento secreto, o candidato afirmou que pretende substituí-lo pelo “orçamento participativo”. Também sinalizou para a volta das conferências, para que a sociedade decida coletivamente sobre as políticas públicas em cada área. — Estou aqui dizendo para vocês: esse país vai mudar — disse Lula aos religiosos. Ele também voltou a se comprometer com o combate ao racismo, ao feminicídio e a perseguição aos povos indígenas. Disse que é preciso “garantir igualdade salarial entre homens e mulheres que realizam as mesmas funções”. Ressaltou, ainda, que as mulheres passaram a trabalhar ‘fora’, mas os homens ainda não foram ‘para dentro da cozinha’, para dividir as tarefas domésticas.
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