Lula classifica Bolsonaro de ‘covarde’ ao estimular atos de violência

Arquivado em:
Publicado Terça, 12 de Julho de 2022 às 17:53, por: CdB

Lula disse a jornalistas, nesta terça-feira, que Bolsonaro, classificado por ele como "covarde", "estimula" atos de violência. O ex-presidente também negou temer o 7 de setembro, data em que Bolsonaro e seus apoiadores devem tentar fazer um grande evento no país.

Por Redação - de Brasília e São Paulo Em meio a escalada de eventos violentos que têm cercado seus atos de pré-campanha, sendo o mais recente e mais grave deles o assassinato do militante petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge José Guaranho em Foz do Iguaçu, o ex-presidente Lula (PT) responsabilizou Jair Bolsonaro (PL) pelo clima de beligerância que paira sobre o país atualmente.
lula.jpg
Lula critica o mandatário Jair Bolsonaro por seu discurso de ódio
Lula disse a jornalistas, nesta terça-feira, que Bolsonaro, classificado por ele como "covarde", "estimula" atos de violência. O ex-presidente também negou temer o 7 de setembro, data em que Bolsonaro e seus apoiadores devem tentar fazer um grande evento no país. — Eu não gosto de comentar segurança, temos os responsáveis pela área, que cuidam disso. Em ambos os casos que citou, reagiram rápido, o sujeito do drone foi preso, o homem que jogou a bomba, também. O Bolsonaro faz um discurso violento, cheio de bravata, bem típico de um covarde, que tenta estimular a violência no país, inclusive, tivemos essa tragédia em Foz do Iguaçu. Isso de 7 de Setembro, ele, inclusive, já tentou antes. Não deu certo aquela vez e não vai dar certo de novo — criticou Lula. Agressões Os casos de violência política e eleitoral registrados no Brasil no primeiro semestre de 2022 cresceram 23% em comparação com o mesmo período de 2020, quando foram realizadas as eleições municipais no Brasil. Segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral, formado pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (GIEL/UNIRIO), naquele ano foram registrados 174 episódios de violência entre janeiro e junho, ante 214 contabilizados no mesmo período deste ano. Os dados envolvem ameaças, agressões e atentados contra políticos e seus familiares. O relatório divulgado nesta manhã mostra que, de abril a junho deste ano, foram contabilizados 101 episódios, o que representa um aumento de 17,4% no número de casos em relação ao mesmo período em 2020. Ainda segundo o estudo, foram registradas 24 mortes em 14  Estados brasileiros, a maioria no Paraná, que registrou quatro homicídios do gênero. Uma vez considerados todos os tipos de violência política e eleitoral, no entanto, São Paulo lidera com 17 ocorrências, seguido por Bahia e Rio de Janeiro, com 10 cada um, Minas Gerais (8) e Paraná (7). Não foram identificados casos no Acre, Alagoas, Amapá e Roraima. Reeleição O assassinato do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda pelo terrorista bolsonarista Jorge José Guaranho em Foz do Iguaçu (PR), embora não conste ainda no estudo, foi recebido com preocupação pela equipe de campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Segundo disseram fontes ao diário conservador carioca O Globo, a avaliação é de que o caso "atinge em cheio o discurso pró-armas de Bolsonaro e reforça a imagem beligerante do titular do Palácio do Planalto, dificultando que ele consiga 'furar a bolha' de seus apoiadores consolidados e conquiste votos de eleitores indecisos". Bolsonaro foi orientado a se manifestar sobre o assunto, repudiando a atitude de seu apoiador. Tudo para evitar respingos do assassinato em sua imagem. Faz também parte da estratégia resgatar a suposta facada sofrida por ele durante a campanha presidencial de 2018. No Twitter, Bolsonaro condenou o assassinato, mas culpou a imprensa por incitar a violência. Aliados não viram a postagem como suficiente. Coube ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha do pai, ser mais enfático: "é uma aberração. Um ato absurdo. A gente não concorda”, conclui.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo