Ciente da estratégia de desgaste impressa pela mídia cartelizada, no grupo que reúne os maiores índices de audiência digital e analógica, no país, Lula cobrou, nesta quinta-feira, que seus ministros encontrem formas para levar ao grande público a série de realizações já alcançadas em seu terceiro mandato.
Por Redação - de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citou a parcialidade evidente no noticiário da mídia conservadora brasileira, principal causa da recente perda de popularidade junto ao núcleo de seu eleitorado, ao longo dos últimos meses. Desde sua posse, após um breve período de estabilidade e decência jornalística, o presidente Lula tem sido alvo diuturno de ataques aos mais variados temas que envolvem o governo, com ênfase para os assuntos mais polêmicos.
Ciente da estratégia de desgaste impressa pela mídia cartelizada, no grupo que reúne os maiores índices de audiência digital e analógica, no país, Lula cobrou, nesta quinta-feira, que seus ministros encontrem formas para levar ao grande público a série de realizações já alcançadas em seu terceiro mandato. E recomendou que viajem pelo país, divulguem suas ações e saiam em defesa do governo popular que substituiu a administração neofascista anterior.
Solenidade
Aos jovens nesta manhã, durante o lançamento do Plano Juventude Negra Viva, um conjunto de medidas votadas à justiça social neste segmento, o presidente chamou ironicamente de "gloriosa imprensa democrática”, o conjunto de rádios, jornais, revistas e canais da TV aberta e por assinatura de propriedade das famílias ligadas à direita e à ultradireita e que trabalham de forma velada para o fracasso de um governo de centro-esquerda.
A solenidade teve lugar em um ginásio esportivo na cidade-satélite de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, a cerca de 30 km do Palácio do Planalto. Participaram ministros como Anielle Franco (Igualdade Racial), Márcio Macêdo (Secretaria-geral da Presidência), Marina Silva (Meio Ambiente), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), André Fufuca (Esportes) e Margareth Menezes (Cultura).
Programa
O presidente insistiu na cobrança que iniciou na reunião ministerial desta segunda-feira, quando apontou falhas na comunicação de seu governo. Aos ministros presentes, Lula pediu que incluam as informações sobre o Plano Juventude Negra Viva em seus pronunciamentos, e na política setorial de comunicação de cada ministério.
— Quando (vocês) se reunirem para falar mal do Lula, não tem problema. Falem mal, mas lembrem de lembrar que nós lançamos o ‘Plano Juventude Negra Viva’ e que vocês tem responsabilidade de fazer esse programa dar certo. Quando, hoje à noite ou amanhã, qualquer um de vocês for encontrar com a namorada ou o namorado, pode se encontrar, dar um beijinho, mas depois diz que hoje eu fui ao lançamento do ‘Plano Juventude Negra Viva’. Explica para o parceiro o que é o programa. Porque, se depender da nossa ‘gloriosa imprensa democrática’, vocês não saberão do programa. Vai depender muito de vocês — sublinhou.
Ações e metas
O plano, segundo a estrutura do projeto social, conta com 200 ações e 43 metas específicas, divididas em eixos como saúde, educação, cultura, segurança pública, trabalho e renda, ciência e tecnologia, esportes, segurança alimentar, fortalecimento da democracia, meio ambiente, garantia do direito à cidade e a valorização dos territórios.
"O pacote é fruto da reivindicação de movimentos negros em todo o Brasil e tem como principal objetivo construir ações transversais para a redução da violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam majoritariamente a juventude negra no país", resume a descrição do programa.