Lula e Biden somam esforços em prol dos trabalhadores

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Publicado Quarta, 20 de Setembro de 2023 às 19:07, por: CdB

Biden agradeceu a Lula pela presença nos Estados Unidos e pela parceria com o presidente brasileiro no objetivo de superar os desafios atuais do mercado de trabalho. Já o petista elogiou o encontro com o mandatário americano, acrescentando que os dois são parceiros na luta pela democracia.


Por Redação, com agências internacionais - de Nova York, NY-EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta quarta-feira, de uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que marcou a reaproximação dos dois países, afastados diplomaticamente durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Lula e Biden cumprimentam-se após o encontro realizado nesta quarta-feira, em Nova York


Biden agradeceu a Lula pela presença nos Estados Unidos e pela parceria com o presidente brasileiro no objetivo de superar os desafios atuais do mercado de trabalho. Já o petista elogiou o encontro com o mandatário americano, acrescentando que os dois são parceiros na luta pela democracia.

Lula também ressaltou a possibilidade de uma aproximação entre Brasília e Washington por meio de blocos como o Brics e o G-20. O Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco das vinte maiores economias do mundo.

 

Ruídos


Após um primeiro semestre ruidoso em grande parte pelas declarações de Lula sobre a guerra na Ucrânia e o papel exercido pelos EUA no conflito, os dois presidentes lançaram uma iniciativa global em defesa de direitos trabalhistas. Lula afirmou que a iniciativa conjunta entre o Brasil e os EUA pode abrir uma possibilidade para a criação de “um novo mundo”.

O encontro aconteceu em paralelo à Assembleia-Geral da ONU, na qual os dois presidentes abriram com os discursos, na véspera. O discurso de ambos tiveram pontos de convergência, mas, sobre à invasão russa na Ucrânia, o tema mais sensível da relação entre Lula e Biden, ficou em segundo plano. Biden foi enfático em defesa da Ucrânia, enquanto Lula foi mais vago. O tema também esteve na conversa desta quarta-feira, após meses de desentendimento entre os dois países.

Na viagem que fez à China em abril, Lula criticou os Estados Unidos e a Europa pelo fornecimento de armas à Ucrânia. A declaração irritou Washington e a União Europeia, que acusaram Lula de aderir à propaganda russa. Três dias depois da declaração do petista, o chanceler russo, Serguei Lavrov, esteve em Brasília e declarou em russo que o Brasil e a Rússia estavam “alinhados” (utilizando uma expressão em russo que significa que duas partes emitem o mesmo som).

 

Alinhamento


A proximidade dos EUA com o Brasil também é estratégica para os norte-americanos, na tentativa de conter a influência da China na América Latina, num contexto de disputa cada vez maior entre as duas superpotências atuais.

— O Brasil é uma voz importante, uma voz global, acredito que também é uma ponte entre os países mais ricos e as economias em desenvolvimento. Talvez no âmbito comercial a China esteja fazendo mais no lado dos investimentos, mas chave é que Pequim não reconhece os atores não estatais como legítimos na política — disse uma fonte do governo norte-americano à agência francesa de notícias France-Press (AFP).

A iniciativa lançada nesta quarta-feira pelos dois presidentes, chamada ‘Coalizão Global pelo Trabalho’, no entanto, não significa um alinhamento maior do Brasil com os Estados Unidos e consequente distanciamento da China. Segundo analistas, o país mantêm uma posição de equidistância da competição entre as duas nações e tem condições de aumentar a convergência com ambas.

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