Itapemirim acusada de aplicar golpe no mercado, em criptomoedas

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Publicado Domingo, 19 de Dezembro de 2021 às 11:21, por: CdB

O calote, segundo os denunciantes, chega à casa dos R$ 400 mil, dinheiro investido na agência de turismo CrypTour, de propriedade do grupo empresarial. A crise que atinge o braço de aviação da Itapemirim agravou-se na última sexta-feira, quando suspendeu operações no Brasil e cancelou voos já na cabeceira da pista, para a decolagem.

Por Redação - de São Paulo
O golpe aplicado pelo Grupo Itapemirim em milhares de clientes que compraram passagens aéreas e encontraram, no momento do voo, os guichês vazios da empresa, nos aeroportos brasileiros, ganhou neste domingo uma nova faceta. Investidores apresentaram ao Ministério Público Federal (MPF) indícios de que o dono da empresa de transportes, Sidnei Piva, está envolvido em transações suspeitas, em criptomoedas.
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Piva, controlador do Grupo Itapemirim, seria o dono de uma criptomoeda
O calote, segundo os denunciantes, chega à casa dos R$ 400 mil, dinheiro investido na agência de turismo CrypTour, de propriedade do grupo empresarial. A crise que atinge o braço de aviação da Itapemirim agravou-se na última sexta-feira, quando suspendeu operações no Brasil e cancelou voos já na cabeceira da pista, para a decolagem. Na véspera, o golpe estava consumado, com guichês vazios da Itapemirim no aeroporto de Guarulhos, entre outros; além das cenas de passageiros que dormiam no aeroporto de Brasília. Na denúncia, os investidores apresentaram a oferta de 30 milhões de cryptomoedas colocadas à venda, no valor de US$ 1.

Rendimento

O rendimento prometido pelos vendedores era de 600% ao término de seis meses – com lucros de 3.600% após um ano de investimento. A jornalistas, Piva negou a propriedade da Itapemirim sobre o negócio digital, embora documentos obtidos pela mídia digital revelem que “o projeto CrypTour nasceu como iniciativa interna de inovação em tecnologia na Itapemirim Airlines”. A partir de setembro deste ano, porém, os investidores passaram a se queixar de dificuldades na consulta de saldos ou mesmo no resgate de valores investidos na moeda digital. Vítimas alegaram que realizaram o negócio por acreditar no nome da empresa aérea envolvida no empreendimento. Um grupo foi criado em redes sociais para facilitar a comunicação entre pessoas prejudicadas pelo esquema. Piva, no entanto, diz-se outra vítima e não o autor do golpe. Ele teria registrado um boletim de ocorrência “em delegacia especializada”, segundo nota. No entanto, vídeos no canal da criptomoeda no Youtube divulgam que “85%” do empreendimento pertence a Piva.

Acordos

Para agravar a crise, um grupo de credores com uma dívida a receber da ordem de US$ 16 milhões (R$ 91,1 milhões) junto ao Grupo Itapemirim passou a buscar, na Justiça, a destituição de Sidnei Piva do cargo de presidente do conglomerado. De acordo com o empresário John Schulz, sócio da Queluz Asset Management, desde que assumiu junto com seus sócios a operação da Itapemirim, em 2017, Piva não pagou qualquer valor da dívida contraída junto a um grupo de cerca de 40 investidores liderados pela gestora, mesmo após acordos estabelecidos entre as partes em 2019. — Durante os últimos cinco anos com Sidnei à frente do negócio, não recebemos um tostão — afirma o sócio da Queluz Asset Management. A Itapemirim diz que negocia um acordo com o credor e que aguarda decisão judicial sobre o valor da dívida, uma vez que o Tribunal de Justiça de São Paulo negou o afastamento de Piva. O empréstimo foi feito em 2006 para a Viação Itapemirim, na época ainda comandada pela família Cola, em um valor de aproximadamente US$ 45 milhões (R$ 256,3 milhões). Em 2016, quando a empresa entrou com seu pedido de recuperação judicial, cerca de um terço da dívida ainda não havia sido quitada, valor que segue em aberto até agora, segundo o reclamante.
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