Glenn Greenwald confirma, no Senado, o risco à liberdade de imprensa no Brasil

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Publicado Quinta, 11 de Julho de 2019 às 13:28, por: CdB

Segundo Greenwald, Moro e o procurador Deltan Dallagnol "fizeram coisas boas", mas isso não significa que "tenham o direito de abusar do poder que eles tinham”.

 
Por Redação - de Brasília
  Editor da agência norte-americana de notícias Intercept Brasil, o jornalista Glenn Greenwald afirmou ser "impensável" acontecer em outro país como Estados Unidos ou no continente europeu o conluio entre Sérgio Moro e procuradores da Operação Lava Jato. Greenwald atendeu ao convite do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para falar aos parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
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O jornalista Glenn Greenwald aponta o conluio da mídia com o então juiz Sérgio Moro
— Nada que eu li sobre Moro e o relacionamento com procuradores da Lava Jato... nada disso é normal em outros países, como Estados Unidos e Europa. Isso é impensável — disse o jornalista. Segundo Greenwald, Moro e o procurador Deltan Dallagnol "fizeram coisas boas", mas isso não significa que "tenham o direito de abusar do poder que eles tinham”. — A imagem de Moro construída nos últimos cinco anos está caindo. As coisas injustas são muito fáceis de entender. É grave mesmo — acrescentou.

Snowden 

O jornalista reforçou a veracidade dos diálogos publicados na Intercept Brasil. — Moro sabe que o material é autêntico. Ele sabe que ele não pode negar. Usam insinuações de que o material não é autentico e os procuradores sabem que é autentico — garantiu. Segundo o jornalista, o arquivo sobre as irregularidades da Lava Jato "é maior em tamanho do que os arquivos sobre Snowden”.

Pressão

No jornal britânico The Guardian, Greenwald revelou, em parceria com Edward Snowden, a existência dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Global. Snowden vive, atualmente, em algum lugar da Rússia, que aceitou seu pedido de asilo. Greenwald disse que ainda não está sendo investigado pela PF. — Ninguém da PF me procurou. Não sei se estão investigando. Não tenho indício de que estão investigando, também não tenho medo. (Uma investigação seria) ameaça à democracia e à imprensa livre — concluiu.
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