General Mourão segue na linha de Guedes e hostiliza o deputado Rodrigo Maia

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Publicado Sexta, 04 de Dezembro de 2020 às 11:30, por: CdB

Mourão, no entanto, negou que o governo esteja travando a reforma tributária para evitar dar um palanque para uma eventual reeleição do atual presidente da Câmara que, desde o início, encampou um projeto de reforma formulado pela Casa, independentemente da participação do governo federal no processo.

Por Redação - de Brasília
O vice-presidente Hamilton Mourão reforçou, nesta sexta-feira, a existência de entraves políticos na Câmara, sob a presidência do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e, portanto, considera muito difícil que a reforma tributária seja aprovada ainda este ano. Apesar das promessas iniciais do governo, ainda não há um consenso sobre a proposta.
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Mourão é contra a reeleição no Congresso, mas diz que o STF poderá mudar isso, se quiser
— Na minha visão eu acho complicado (aprovar esse ano) porque não há um consenso sobre qual é a melhor reforma — disse o vice-presidente, um dos maiores defensores no governo da reforma tributária. Mourão, no entanto, negou que o governo esteja travando a reforma tributária para evitar dar um palanque para uma eventual reeleição do atual presidente da Câmara que, desde o início, encampou um projeto de reforma formulado pela Casa, independentemente da participação do governo federal. — Eu não julgo que o governo esteja travando a reforma tributária. O que eu vejo que está acontecendo dentro do Congresso são dois fatores: o número 1 é essa questão da pandemia, em que o Congresso deixou praticamente de se reunir. E sem se reunir temas polêmicos praticamente não avançam — disse o vice-presidente a jornalistas, nesta manhã.  E acrescentou: — Em segundo lugar a disputa pela sucessão nas duas Casas. Ela foi deflagrado e a partir daí é um jogo lá dentro.

Disputa

Maia diz não ser candidato à reeleição mas, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve autorizar que ele e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concorram a mais um mandato, o deputado pode tentar uma nova eleição, o que contraria os planos do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente entrou no jogo da disputa eleitoral da Câmara em defesa do aliado Arthur Lira (PP-AL), líder do grupo parlamentar chamado ‘Centrão’ que tem sido um dos principais nomes de apoio do governo Bolsonaro no Congresso. Apesar de diversas denúncias de corrupção e de ser investigado por um esquema de “rachadinha” e funcionários fantasmas quando era deputado estadual em Alagoas, o governo mantém a aposta em Lira. Mourão afirmou que não trata de questões de “expressão política” do governo, mas justificou a opção por Lira. — Vamos colocar o seguinte: a gente tem que ter base dentro do Congresso, tem que ter relacionamento, então, as peças do tabuleiro são essas e nós temos que saber trabalhar com elas — resigna-se.

Acordo

Mourão também demonstrou ser contrário a liberação pelo STF da reeleição de Maia e Alcolumbre e disse considerar que a Constituição é clara. — Acho que a Constituição é clara, não pode. Eu acho que teria que mudar a Constituição, mas o Supremo tem, vamos dizer, tem o arbítrio para interpretar da forma que melhor lhe aprouver — resumiu. Na noite passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia afirmado que um desentendimento político impede a tramitação da reforma tributária, no Congresso. — Acho que vamos fazer um acordo rapidamente. Isso pode ser retomado, ou agora ou então depois, mas a verdade é que vamos fazer essa reforma — concluiu Guedes.
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