General acusa Bolsonaro de ‘traidor’ e por ‘destruir a direita’

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Publicado Sábado, 04 de Dezembro de 2021 às 12:21, por: CdB

Demitido por Bolsonaro em junho de 2019, após um período de ‘fritura’ no Palácio do Planalto, o general afirma que o mandatário descumpriu uma série de promessas de campanha, a começar por buscar a reeleição, passando por se juntar ao ‘Centrão’.

Por Redação - de São Paulo
Militar da reserva e ex-ministro da Secretaria da Presidência da República, o general Carlos Alberto Santos Cruz, agora ao lado do ex-juiz suspeito Sergio Moro no Podemos, voltou suas baterias contra o mandatário neofascista, Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), publicada neste sábado, Santos Cruz abre fogo.
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O general Santos Cruz tem externado o desconforto entre o alto oficialato e parcela do governo Bolsonaro
— O retorno do ex-presidente Lula ou a reeleição de Bolsonaro seria um grande retrocesso para o Brasil. Os dois destruíram a democracia, um destruiu a esquerda, o outro destruiu a direita — define.

Traição

Demitido por Bolsonaro em junho de 2019, após um período de ‘fritura’ no Palácio do Planalto, o general afirma que o mandatário descumpriu uma série de promessas de campanha, a começar por buscar a reeleição, passando por se juntar ao ‘Centrão’. — O grande traidor deste país se chama Jair Messias Bolsonaro. Essa tentativa de transferência de traição não cola — acrescenta, referindo-se à últimas declarações do adversário sobre Moro. Segundo o militar, “Bolsonaro tentou arrastar as Forças Armadas para o jogo político do governo”, mas avalia que não há chance de isso ocorrer em um eventual governo Moro, embora o ex-juiz também busque se cercar de militares. — O Brasil sofreu um retrocesso muito grande no relacionamento institucional necessário numa democracia. Isso já vinha acontecendo antes desse governo, quando a gente volta ao ‘mensalão’, essa destruição da democracia. Segundo, que as Forças Armadas têm de ser valorizadas, preservadas e não podem ser instrumento de jogo político. Então, decidi auxiliar o Moro, que é uma das boas opções, para que o Brasil não fique nesse dilema da polarização, que não vai trazer benefício nenhum, vamos viver de campanha de baixaria, vamos continuar no retrocesso institucional — acrescentou.

Emendas

Sobre as negociações secretas nas emendas de relator, segundo Santos Cruz, “se eu pego o dinheiro a que tenho acesso como Executivo e compro o Legislativo, eu destruí um fundamento básico, que é a independência entre Poderes”. — Bolsonaro fez isso ao negociar emendas de relator, e Lula, com o ‘mensalão’. Você não pode negociar dinheiro público e benefício pessoal. Tenho de negociar outros parâmetros, políticas públicas. Mas emenda parlamentar, em si, não é ilegal... Emenda não é ilegal. Mas a maneira como ela (a de relator) foi feita é que não pode. Os cidadãos têm de saber quem pediu e quanto foi gasto por cada parlamentar. Sem transparência, é deterioração da democracia — concluiu.
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