Defendido pelo PT, pronunciamento de Barroso irrita generais

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Publicado Segunda, 25 de Abril de 2022 às 13:50, por: CdB

Em publicação em sua conta no Twitter, Hoffmann saiu em apoio a Barroso e, em tom irritado, afirmou que os militares que apoiam a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o processo eleitoral estão "destruindo por dentro a hierarquia e a credibilidade das Forças Armadas".

Por Redação - de Brasília e São Paulo
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou a nota publicada pelo Ministério da Defesa em resposta a críticas feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas estão sendo "convocadas" a desacreditar o processo eleitoral. Em publicação em sua conta no Twitter, Hoffmann saiu em apoio a Barroso e, em tom irritado, afirmou que os militares que apoiam a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o processo eleitoral estão "destruindo por dentro a hierarquia e a credibilidade das Forças Armadas". Gleisi disse ainda que "garantir a realização de eleições livres e limpas passou a ser a prioridade no país, desde que Bolsonaro voltou a mostrar suas garras golpistas”.

Repúdio

"Não cabe ao ministro da Defesa opinar sobre o processo eleitoral. Não cabe aos comandantes militares tutelar o processo político, muito menos ameaçar as instituições, como fez Vilas-Boas para prender Lula em 2018 e repete agora o general Paulo Sérgio", escreveu a presidente do PT.
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O ministro Luís Roberto Barroso disse que há um movimento nos quartéis contrário às eleições
"Garantir a realização de eleições livres e limpas passou a ser a prioridade no país, desde que Bolsonaro voltou a mostrar suas garras golpistas. Comandantes que se envolvem nessa aventura estão destruindo por dentro a hierarquia e a credibilidade das Forças Armadas", acrescentou Gleisi. Na noite passada, em resposta às declarações do ministro Barroso, o Ministério da Defesa foi incisivo ao repudiar "qualquer ilação ou insinuação, sem provas" de que as Forças Armadas "teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia". "Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições", diz também em tom irritadiço a nota assinada pelo ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Clube Militar

A discussão se soma à carta publicada no sábado por militares da reserva das Forças Armadas na qual afirmam que o STF vive sob o vértice do partidarismo político. Os responsáveis também defenderam o indulto concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão por ameaças aos ministros do STF e a defesa do fechamento da Corte. "Arrogando-se o direito de, sem cerimônias, interferir nas atribuições dos demais Poderes que constituem o Estado Brasileiro, decidiu recentemente aquele Tribunal punir, de modo injusto e desproporcional, um parlamentar que, de forma insultuosa, emitiu opinião sobre a corte e alguns de seus integrantes", afirmam o presidente do Clube Naval, almirante de Esquadra Luiz Fernando Palmer Fonseca, o presidente do Clube Militar, general Eduardo José Barbosa, e o presidente do Clube de Aeronáutica, major brigadeiro do ar Marco Antonio Carbalo Perez. "Contrariamente ao que se espera de uma corte constitucional, o STF vem há tempos propagando notórias e repetidas demonstrações de partidarismo político em suas interpretações da Constituição Federal e, até mesmo de modo surpreendente, manifestando publicamente preferências partidárias", resumiram.
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