Dallagnol está prestes a perder direito de se candidatar

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Publicado Terça, 12 de Abril de 2022 às 14:40, por: CdB

Procuradores recebiam ajuda para trabalhar em Curitiba, como se estivessem em situação transitória, em vez de serem transferidos definitivamente para onde a maior parte do trabalho era feito. O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador-chefe do Paraná, João Vicente Romã, também foram responsabilizados.

Por Redação - de Brasília
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu por unanimidade, nesta terça-feira, responsabilizar o ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba (PR) Deltan Dallagnol pelo pagamento de cerca de R$ 2 milhões em diárias e passagens a procuradores da força tarefa. Segundo a denúncia do Ministério Público ligado ao TCU, outras opções mais econômicas poderiam ter sido utilizadas pela Lava Jato para custear a locomoção dos procuradores.
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Em outubro de 2018, Dallagnol recebeu R$ 18.088 pela palestra à Febraban sobre prevenção e combate a lavagem de dinheiro
Eles recebiam ajuda para trabalhar em Curitiba, como se estivessem em situação transitória, em vez de serem transferidos definitivamente para a capital do Paraná, onde a maior parte do trabalho era feito. O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador-chefe do Paraná, João Vicente Romã, também foram responsabilizados. De acordo com o parecer do relator Bruno Dantas, acompanhado pelos demais ministros da Corte, há indícios para caracterizar ao menos três irregularidades, que são: "falta de fundamentação adequada para a escolha do modelo de locomoção; violação ao princípio da economicidade; e ofensas ao princípio da impessoalidade”.

Podemos

No caso de Dallagnol, a decisão pode ter uma consequência mais grave. Caso o TCU decida condená-lo em novo julgamento, que deve ocorrer em 60 dias, ele poderá perder seus direitos políticos e ficar inelegível. O ex-procurador é pré-candidato a deputado federal pelo Podemos. Essa não é a primeira vez que a Lava Jato e o ex-procurador Deltan Dallagnol são enquadrados pela Justiça. Recentemente, o ex-coordenador da força tarefa foi condenado a indenizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em R$ 75 mil, por dano moral. O caso envolve uma entrevista coletiva concedida pela Lava Jato em 2016 para apresentar a primeira denúncia contra Lula. O Ministério Público acusou o petista dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). A possível candidatura de Dallagnol, após múltiplas negações de que ele teria pretensões eleitorais, também reforça a ideia de que a Lava Jato atuou como um partido político.
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