‘Centrão’ cobra mais cargos no governo, que tenta reduzir os espaços

Arquivado em:
Publicado Terça, 12 de Setembro de 2023 às 19:18, por: CdB

O que foi combinado, no caso a mudança na Presidência da Caixa, não sairá caro ao governo petista, mas as negociações atingiram um impasse porque o Palácio do Planalto colocou um freio quanto aos outros cargos do banco, segundo apurou a mídia conservadora.


Por Redação - de Brasília

O agrupamento de parlamentares da direita e extrema direita reunido no chamado ‘Centrão’ tem conseguido receber o que foi combinado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para engrossar a base aliada, no Congresso. Em nome da governabilidade, o segmento liderado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) já conseguiu a demissão de Ana Moser do Ministério do Esporte e agora almeja o controle total da Caixa Econômica Federal (CEF).

fufuca.jpg
O deputado Fufuca (PP-MA), declaradamente bolsonarista, já chegou à Esplanada dos Ministérios


O que foi combinado, no caso a mudança na Presidência da Caixa, não sairá caro ao governo petista, mas as negociações atingiram um impasse porque o Palácio do Planalto colocou um freio quanto aos outros cargos do banco, segundo apurou a mídia conservadora. O PP, de Lira, no entanto, afirma que na CEF a posição é de "porteira fechada”, o que implicaria em garantir a um mesmo partido ou bloco partidário a autonomia necessária a preencher todos os postos da estrutura, sob nova direção.

O Planalto concordou em nomear a ex-deputada Margarete Coelho como presidente da Caixa, mas se recusa a entregar as 12 vice-presidências da instituição bancária para indicações do 'Centrão', que é composto principalmente pelo PP, Republicanos e União Brasil.

 

Reviravolta


Margarete Coelho, aliada do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), atualmente ocupa o cargo de diretora de Administração e Finanças do Sebrae. A menos que ocorra uma reviravolta de última hora, ela substituirá Rita Serrano na Presidência da Caixa. Serrano, ligada ao PT, é vista no Congresso como uma especialista que não atende às demandas políticas. Diante das críticas, o presidente Lula concordou com a substituição antes de viajar para a Índia, em 7 de setembro, onde participou da reunião de cúpula do G20.

A posse dos deputados André Fufuca (PP-MA) no Ministério do Esporte e de Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) em Portos e Aeroportos está marcada para esta quarta-feira, às 10h. A partir desse ponto, começa a segunda fase das substituições, desta vez em bancos e autarquias.

A diretoria de Habitação da Caixa, atualmente ocupada por Inês Magalhães, é um dos principais pontos de conflito entre o PT e o ‘Centrão’. Inês é responsável pelo programa Minha Casa, Minha Vida e já foi ministra das Cidades por um mês em 2016, às vésperas do golpe contra a presidenta deposta Dilma Rousseff. O PT está fazendo esforços para mantê-la no cargo.

 

Conflito


Outro ponto em disputa é a definição das novas secretarias do Ministério do Esporte. A mais desejada pelo PP de Lira é a que cuidará da arrecadação dos impostos sobre apostas esportivas, com previsão de entrada de até R$ 12 bilhões por ano no caixa do governo quando o mercado estiver totalmente regulamentado.

O conflito se deve ao fato de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e não o ministro do Esporte, terá a palavra final sobre o modelo dessa secretaria. A maior parte da arrecadação das apostas esportivas irá para a Fazenda, que também implementará medidas contra a lavagem de dinheiro.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo