Bolsonaro reativa críticas ao STF e tenta proteger pastores suspeitos

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Publicado Quarta, 13 de Abril de 2022 às 10:58, por: CdB

Em uma conferência no domingo, Lewandowski disse que a atitude negacionista do governo foi responsável pelo aumento do número de mortes por covid-19 e destacou que o Supremo teve papel de tomar medidas eficazes para combater o vírus.

Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar, nesta quarta-feira, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em conversa com apoiadores divulgada nas redes sociais. Sem citar nominalmente os magistrados da Corte Suprema, Bolsonaro envolveu os ministros Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso em suas declarações.
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Bolsonaro tem causado desgaste à própria imagem, já prejudicada em todo o país
— Vocês viram ontem eu sendo acusado de ter matado gente na pandemia por um ministro? — perguntou o presidente, referindo-se a Lewandowski. E, referindo-se a Barroso, o mandatário vai adiante. — Outro falando, 'eu sou a democracia, eu sou a verdade', faltou falar só a luz, a fé e a esperança — acrescentou. Para o presidente, Barroso se referiu a ele como o inimigo que será vencido. — Esse que falou 'eu sou a verdade'... foi advogado do Batisti — lembrou Bolsonaro, referindo-se ao militante italiano Cesare Battisti.

‘Inimigo’

Em uma conferência no domingo, Lewandowski disse que a atitude negacionista do governo foi responsável pelo aumento do número de mortes por covid-19 e destacou que o Supremo teve papel de tomar medidas eficazes para combater o vírus. No mesmo encontro, Barroso, que não fez menção expressa ao presidente, disse que é "preciso não supervalorizar o inimigo", que é preciso enfrentá-lo e ainda citou ataques à Justiça Eleitoral feitos por Bolsonaro. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa dos ministros não respondeu de imediato se eles vão comentar as declarações do presidente. Nos últimos meses, o presidente voltou a fazer ataques contra ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral, além de questionar a integridade do sistema eletrônico de votação.

Sigilo

Ainda nesta quarta-feira, o Palácio do Planalto colocou sob sigilo as informações sobre os encontros de Bolsonaro com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de pedirem propina em troca da liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras. Os religiosos negam ter praticado qualquer irregularidade. Eles são investigados pela Polícia Federal. O escândalo levou o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro a deixar o cargo. O diário conservador carioca O Globo pediu por meio da Lei de Acesso à Informação "a relação das entradas e saídas dos dois pastores no Palácio do Planalto, incluindo os registros que tiveram como destino o gabinete presidencial". A informação, explica o jornal, "é diferente daquelas que constam da agenda do presidente, pois tratam da identificação feita nas portarias do prédio, tanto na entrada como na saída, pois nem todos os encontros de Bolsonaro são divulgados". O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo ministro Augusto Heleno, respondeu ao pedido alegando que este 'não poderia ser atendido' porque a divulgação dessa informação colocaria em risco a vida de Bolsonaro e de seus familiares.
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