Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2024

Bolsonaro passa a articular com Motta a anistia aos terroristas do 8/1

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Segunda, 09 de Setembro de 2024 às 19:53, por: CdB

A reunião entre Bolsonaro e Motta, ocorrida na última quinta-feira segundo fontes citadas pelo jornalista Igor Gadelha, do site brasiliense de notícias ‘Metrópoles’, foi caracterizada como “amistosa”. Bolsonaro e Motta trocaram contatos para manter uma comunicação direta.

Por Redação – de Brasília

O ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) passou a articular, diretamente com o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) — candidato da preferência do chamado ‘Centrão’ e apontado como o favorito de Arthur Lira (PP-AL) —, a liberação dos presos durante o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro. Com o apoio do PL para sucedê-lo na Presidência da Câmara, Motta terá meio caminho andado.

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Hugo Motta (Republicanos-PB) é candidato à Presidência da Câmara

A reunião entre Bolsonaro e Motta, ocorrida na última quinta-feira segundo fontes citadas pelo jornalista Igor Gadelha, do site brasiliense de notícias ‘Metrópoles’, foi caracterizada como “amistosa”. Bolsonaro e Motta trocaram contatos para manter uma comunicação direta, sem a necessidade de intermediários.

 

Os três ‘is’

O gesto foi interpretado como um sinal de que Bolsonaro está disposto a manter um bom relacionamento com o parlamentar paraibano, diferentemente de sua posição diante do concorrente, Antonio Brito (PSD-BA).

No encontro, Motta recebeu de Bolsonaro a medalha que costuma conceder a aliados próximos, representando os três “is”: “imbrochável, imorrível e incomível”. Bolsonaro afirmou que não tem restrições ao nome de Motta para o comando da Câmara, mas deixou claro que sua posição final será direcionada ao candidato escolhido por Arthur Lira.

Qualquer apoio do partido, na eleição que ocorrerá em fevereiro do ano que vem, no entanto, de acordo com representantes da bancada bolsonarista na Câmara, dependerá do compromisso do candidato com o Projeto de Lei (PL) da Anistia, que visa perdoar os envolvidos no 8 de Janeiro. A proposta foi confirmada, nesta manhã, pelo vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

— Vamos vincular (o apoio) à eleição na Câmara — afirmou Cavalcante a jornalistas, destacando que o apoio da bancada bolsonarista dependerá do compromisso dos candidatos com a aprovação da anistia.

 

Em pauta

O ‘PL da Anistia’ está na pauta desta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, presidida pela deputada de ultradireita Caroline de Toni (PL-SC). A escolha da data não é coincidência: a anistia voltou a ganhar força nos discursos bolsonaristas durante um protesto liderado por Bolsonaro em São Paulo, no último sábado.

Nas faixas e discursos do evento, a defesa da anistia foi um tema central. 

— Precisamos de uma anistia para beneficiar essas pessoas que foram injustamente condenadas — disse Bolsonaro, em seu discurso na Avenida Paulista.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também reforçou a pauta ao declarar que a anistia é um “remédio político” que o Congresso deve conceder.

 

Urgente

Enquanto a anistia não chega, porém, o procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, aguarda apenas a conclusão de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) antes de decidir sobre a possível denúncia contra Bolsonaro.

Bolsonaro enfrenta, ainda, outras duas investigações sobre acusações graves. A Polícia Federal (PF) já concluiu os inquéritos e indicou Bolsonaro como envolvido, mas a decisão de formalizar uma denúncia ainda depende do posicionamento do STF sobre o foro privilegiado.

O julgamento está paralisado desde março após um pedido de vista do ministro André Mendonça, embora tenha maioria formada a favor da manutenção do foro privilegiado para crimes cometidos durante o mandato. Caso o STF decida pela manutenção, os processos contra Bolsonaro poderão continuar sob a jurisdição da Corte, o que influenciará diretamente as ações da PGR.

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