Bolsonaro acena à Justiça, diante pilha de processos a que responde

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Publicado Quinta, 10 de Novembro de 2022 às 10:23, por: CdB

A sessão para a formação da relação de nomes estava marcada para esta tarde mas, diante da decisão do corregedor, não tem data certa para acontecer. A escolha dos magistrados para o TRF-1 fica, assim, para o ano, com a nomeação a cargo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por Redação - de Brasília
Diante da pilha de processos que poderá significar sua prisão, por anos a fio, o presidente Jair Bolsonaro (PL) faz um aceno ao Judiciário com a nomeação de ministros para Tribunais Superiores, mas já não conta mais com a simpatia de dirigentes do Poder Judiciário. Nesta quinta-feira, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou que o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) adie a votação de listas para preenchimento de sete vagas de juiz federal de segunda instância, na Corte.
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Bolsonaro tem sido visto, frequentemente, de péssimo humor e se isolou após a derrota, nas urnas
A sessão para a formação da relação de nomes estava marcada para esta tarde mas, diante da decisão do corregedor, não tem data certa para acontecer. A escolha dos magistrados para o TRF-1 fica, assim, para o ano, com a nomeação a cargo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão significa uma derrota abrangente ao bolsonarismo. Havia um movimento no Tribunal para que a sessão ocorresse ainda neste ano, para dar tempo de as vagas serem nomeadas antes de o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixar o poder e, portanto, ainda sob sua influência. O ministro bolsonarista Nunes Marques, do STF, era um dos responsáveis pela articulação nos bastidores para que as listas fossem enviadas ao Executivo ainda em 2022.

Apoio ao PT

Com menos de dois meses de mandato, Bolsonaro tentou ainda, nesta quinta-feira, nomear o advogado André Ramos Tavares como ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga parte dos processos que poderão deixá-lo inelegível por mais de uma década. Tavares foi nomeado no decreto assinado por Bolsonaro e divulgado no Diário Oficial da União. O advogado irá substituir o ministro Carlos Mário da Silva Velloso Filho, que renunciou ao cargo por motivos pessoais. Velloso Filho é advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP e ministra a disciplina de Direito Econômico e Economia Política. Bolsonaro havia recebido, em maio, a lista com três nomes que têm histórico de relações próximas com adversários políticos do governo. O chefe do Executivo, no entanto, é obrigado a respeitar a lista tríplice eleita pelo STF. Ela era composta por Tavares, Fabrício Medeiros e Vera Lúcia Santana, primeira mulher negra a entrar numa disputa dessa natureza. Tavares, no entanto, era o favorito entre os demais concorrentes. Integrou a Comissão de Ética Pública da Presidência da República e interlocutores de Bolsonaro afirmam que seu desempenho no colegiado foi visto com bons olhos pelo governo. Pesava contra Tavares, porém, a relação histórica que construiu com o PT. O advogado já assinou textos contrários ao impedimento da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) e manteve proximidade com o Partido dos Trabalhadores até nos piores momentos da legenda.
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